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No Brasil, a frota de elétricos e híbridos já é uma realidade que se torna cada dia mais presente na vida de motoristas e mecânicos. Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), os emplacamentos eletrificados alcançaram 4.793 unidades em abril, um crescimento de 53,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês, a participação desses veículos foi de 3,2% em relação ao total de vendas domésticas de todo o setor de veículos leves. A expectativa da entidade é de que esses números cresçam ainda mais nos próximos meses e de que, em 2040, a frota de elétricos seja de 11 milhões.
O crescimento da participação de eletrificados na frota nacional gera uma demanda nas oficinas mecânicas por atualizações e especificações de como reparar esses modelos. São muitas dúvidas, principalmente no que diz respeito à segurança dos serviços. “Ainda não temos uma normalização dos requisitos que precisam para reparar um veículo, as competências do profissional, quais as áreas adequadas, como se trabalha com veículo elétrico devido às questões específicas de segurança”, comenta Sérgio Fabiano, Gerente de serviços automotivos no IQA (Instituto Qualidade Automotiva).
Para suprir essa necessidade do mercado de reparação, um grupo de profissionais do setor criou o ABNT/ CB – 005 para tratar especificamente da reparação de veículos elétricos. “O ABNT/CB-005 – Comitê Brasileiro Automotivo, tem uma visão que facilita a criação de infraestrutura para os Veículos Elétricos e Híbridos – VEH. São coleções de normas voltadas para a segurança na operação, manutenção e carregamento de VEH”, explica José Luiz Albertin, chefe de secretaria da (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Participam empresários, engenheiros e representantes de entidades de órgãos de certificação, dos sindicatos, das montadoras e das concessionárias que se reúnem para estabelecer um padrão voltado à reparação dos veículos elétricos. “Qualquer pessoa ou empresa pode fazer parte da equipe desde que tenha apenas conhecimento no assunto e/ou já esteja atuando de alguma forma na área da qual se emprega veículos elétricos e híbridos. Hoje, contamos com representantes do SENAI-Ipiranga, Sindirepa-SP, Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), reparadores de oficina independente, representante de montadores e representantes do Setor de Seguros”, completa Glaudinei Menegatti dos Santos – Especialista em automobilística, Empresa INI Automotive.
Ainda de acordo com o chefe de secretaria da (Associação Brasileira de Normas Técnicas), José Luiz Albertin, mais um dos integrantes do comitê, a ABNT usa o conceito de Partes Interessadas e, por isso, são convidados a fazer parte; quem traz o conhecimento do envolvimento direto com a matéria em pauta; quem aplica ou verifica a aplicação da norma; quem possui o conhecimento científico e de pesquisa; órgãos de governo e entidade acreditadora.
Com o compromisso de defender os interesses das oficinas mecânicas e suprir com excelência todas as demandas do setor, o Sindirepa-SP apoia e participa do comitê para a criação da normalização das atividades de reparação de elétricos. “Normas técnicas têm a função de estabelecer parâmetros para os serviços nos diversos veículos vendidos em nosso parque industrial e também nos importados para o Brasil. Além de padronizar serviços, normas técnicas são importantes para padronizar os procedimentos que irão manter seguros os reparadores, fornecedores e clientes”, justifica Luiz Antonio Fraga Moreira, proprietário da oficina THE SPECIALIST e representante do Sindirepa-SP no grupo.
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A normalização dos procedimentos para reparação de elétricos e híbridos é positiva não só para os professionais que executam esse serviço, mas também para o consumidor que ganha em tempo e segurança. “Há uma preocupação com a segurança, visto que esses veículos têm uma alta tensão, em torno de 400V”, explica. Menegatti.
“Um diagnóstico certeiro é muito importante em qualquer reparação veicular. Em se tratando de um novo mercado, estabelecer parâmetros de reparo irá tornar os diagnósticos mais equânimes em todas as regiões do Brasil. Uma atenção especial é dispensada à parte de segurança do reparador e do proprietário devido, principalmente, aos riscos envolvidos nesta nova tecnologia da tração elétrica veicular que envolve não só a mecânica em si, mas também a eletrônica e a elétrica de alta tensão”, completa Fraga.
A publicação de uma norma ABNT para a reparação de veículos elétricos e híbridos é o resultado de discussões e estágios. “Estamos no estágio de desenvolvimento da norma com referência às competências do profissional que é a primeira que vai ser desenvolvida e divulgada para o mercado, depois das suas devidas revisões e a consulta pública que vai dar base da competência do profissional e os requisitos que ele tem para poder mexer com veículo elétrico. Depois vai vir a parte das competências do local de trabalho, entre outros requisitos para serem desenvolvidos”, conta Sérgio Fabiano.
Portanto, a primeira preocupação dos integrantes do comitê é estabelecer as competências que o profissional precisa ter para trabalhar com os veículos elétricos e híbridos. Depois uma abordagem sobre o veículo elétrico na oficina, em relação à pane e sinistro. “A manutenção de funilaria é um requisito importante, pois na desmontagem ocorre o acesso a pontos energizados do veículo. Teremos também uma norma específica para a troca de baterias, quais são os equipamentos de proteção necessários para esse serviço e, como prevenir incêndio. Para isso, o CB-024 trata sobre extinção do incêndio.”, completa Sérgio Fabiano.
De acordo com os integrantes do comitê, a previsão é de que a norma referente às competências do profissional esteja disponível no segundo semestre de 2023. “Lembrando que todo o processo de proposição, elaboração e publicação de uma norma técnica ABNT é controlado no fluxo de publicação”, completa Albertin.
O comitê para criação de normas para veículos híbridos e elétricos já possui um cronograma de reuniões anuais este ano. (Portal da Autopeças-Sincopeças)