O Estado de S. Paulo
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou ontem que os preços praticados pela estatal vão estar dentro de um intervalo entre dois limitadores: o custo para o cliente e a vantagem econômica para a companhia.
Prates disse ainda que a nova estratégia de preços vai permitir que a companhia consiga reter parte da volatilidade do mercado, sem que os valores sejam repassados aos consumidores de forma imediata.
Ele reforçou que a companhia continuará a utilizar os preços internacionais como referência, mas haverá maior flexibilidade para a companhia negociar valores que considere mais competitivos para os combustíveis.
“Os importadores e as refinarias privadas serão obrigados a concorrer com um player brasileiro, que possui refinarias no País e sabe utilizar a logística de forma cooperativa, e não de forma competitiva e predatória entre si. A Petrobras tem a melhor estrutura e foi construída com foco em oferecer a melhor alternativa para o cliente final. Essa é a nova política, a melhor alternativa para o cliente”, disse Prates em entrevista à GloboNews.
Transparência
Prates disse que, nas situações em que os preços do mercado internacional se consolidarem mais altos, a estatal vai repassar os valores. Ele disse ainda que a nova estratégia é transparente a despeito de críticas de setores do mercado que se queixaram de critérios pouco claros adotados pela companhia.
“A diferença com esse novo modelo é que será permitido, em caso de uma oscilação de dois dias, que a Petrobras possa absorver mudanças tanto se os preços forem para cima, quanto para baixo. Para a economia brasileira e o cidadão brasileiro, haverá uma não volatilidade, diferente do que tivemos no ano inaugural da paridade de preços de importação”, disse.
Também ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em uma sessão conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle Petrobras ainda tem margem para reduzir os preços dos combustíveis para compensar o fim do ciclo de reoneração que está sendo feito pelo governo. “O aumento (da tributação) previsto para 1.º de julho vai ser absorvido por uma queda no preço, que foi deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando o 1.º de julho”, disse Haddad. (O Estado de S. Paulo/Jorge Barbosa)