O Estado de S. Paulo
A Volkswagen vai reduzir de dois para um turno a produção nas fábricas de São José dos Pinhais, no Paraná, e Taubaté, no interior de São Paulo, a partir de 1.º de junho. A montadora já tinha parado a produção das duas unidades no mês passado, mas foi forçada a realizar novo ajuste em razão da retração das vendas.
Os trabalhadores terão contratos suspensos, o chamado layoff, por dois a cinco meses. Em Taubaté, onde é montado o Polo Track, sucessor do Gol, a medida atinge 799 trabalhadores, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região. Já na fábrica paranaense, que produz o SUV T-Cross, o número de operários que entrarão em layoff ainda não foi fechado. A expectativa do sindicato é de que seja algo ao redor de 600. Em São Bernardo do Campo, a Volkswagen segue produzindo em dois turnos.
Com juros mais altos e crédito restrito, somados a endividamento das famílias, desaceleração econômica e elevação nos preços dos automóveis nos últimos anos, o mercado segue muito distante dos volumes de antes da pandemia. As montadoras confiavam em desempenho melhor com a normalização no fornecimento de componentes eletrônicos, o que não tem ocorrido.
Entre ajustes já realizados e que estão para ocorrer até o mês que vem, pelo menos metade (14) das 27 fábricas de carros e caminhões ativas no País anunciou a interrupção, em algum momento, de ao menos parte de produção desde fevereiro. A lista inclui todas as maiores montadoras de caminhões, cujas vendas caíram drasticamente com a alta de preços após a atualização tecnológica dos motores a diesel para cumprimento dos limites de emissões. Ciente de que os veículos ficariam mais caros, as transportadoras anteciparam compras de caminhões até março, último mês em que a linha anterior, de preços mais baixos, pôde ser vendida. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)