AutoIndústria
Presente no 4º Encontro da Indústria de Autopeças realizado na capital paulista nesta segunda-feira, 24, a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do MDIC, Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Margarete Gandini, confirmou estudos no âmbito governamental para criar condições de o Brasil ter um carro mais barato que possibilite uma alavancagem nos volumes de venda das montadoras.
Ela deixou claro que ainda não há definições a respeito, mas confirmou debates com empresas do setor a partir de proposta apresentada pela Fenabrave, a entidade que reúne os concessionários de veículos. “Não é fácil conseguir uma modelagem factível para essa proposta, mas estamos fazendo simulações internas para ver o que é possível. As emissões de CO2 são parte fundamental nesse projeto.”
Assim como vêm comentando dirigentes da indústria automotiva, também Margarete Gandini admitiu que, em paralelo à definição do que seria uma carro verde de entrada, é necessário criar melhores condições de financiamento para que o brasileiro possa chegar ao mercado de 0 km.
Sobre a possível liberação de uso de parte do FGTS para comprar carro a prazo, ela preferiu não entrar em detalhes. Esse tema só deverá ser debatido após o encerramento do julgamento no STF da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5090, que questiona a aplicação da Taxa Referencial (TR) na correção dos saldos das contas vinculadas a esse fundo.
“O debate sobre um carro mais barato é importante neste momento porque o indústria opera com quase 50% de ociosidade”, lembrou a diretora, informando que dentro do MDIC também se discute a segunda fase do Rota 2030 e o projeto Renovar, de renovação da frota de veículos pesados.
Como já havia adiantado o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a segunda fase do Rota 2030 deverá estar definida até junho: “Vamos entregar a proposta final com novas metas de eficiência energética para o ministro em junho. O diferencial nessa etapa é que a eficiência energética será medida do poço à roda e não mais do tanque a roda”.
Sobre o Renovar, Gandini comentou que a ideia é ampliar o programa além do que já foi definido em lei. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)