Transporte Mundial
As fabricantes de caminhões no Brasil reduziram ou paralisaram a produção. A medida ocorre devido à baixa demanda por caminhões. Sobretudo em razão do aumento de preço dos modelos zero-km com tecnologia Euro 6.
Nesse sentido, conforme divulgado por Transporte Mundial, a produção de caminhões entre janeiro e março foi de 24,5 mil unidades. Ou seja, queda de 28,8% quando comparado com o primeiro trimestre de 2022. Ou seja, números são os mais baixos
Seja como for, Mercedes-Benz e a Scania já haviam anunciado medidas para adequar a produção de caminhões e ônibus ao novo tamanho do mercado.
Dessa forma, de acordo com a Scania, em razão dessa desaceleração do mercado a fabricante fará paradas programadas. Do mesmo modo, os contratos temporários não serão renovados na planta de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Do mesmo modo, a Mercedes-Benz trabalha apenas um único turno na planta de São Bernardo do Campo.
Mais fabricantes
Ademais, Volkswagen Caminhões e Ônibus vai suspender o contrato de trabalho de parte dos funcionários a partir de 2 de maio. Estima-se que o chamado lay-off dure ao menos 90 dias. Entretanto, para amenizar a situação, a fabricante oferecerá uma bolsa de qualificação profissional aos envolvidos, como parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A italiana Iveco também está concedendo férias remuneradas em determinadas áreas da produção na planta de Sete Lagoas, MG, por um período de 12 dias. Contados a partir de hoje segunda-feira (24).
Assim como a Volvo Caminhões, que devido a redução dos volumes diários, dará uma pausa na produção apenas de caminhões. Portanto, vai colocar 2 mil em licença a partir da próxima semana. No entanto, a produção de ônibus ocorre normalmente na planta de Curitiba, PR.
Demanda reduzida e cenário econômico
Com a mudança da tecnologia de emissão de Euro 5 para Euro 6 desde 1º de janeiro deste ano, os caminhões ficaram até 30% mais caros. Contudo, mesmo com a alta nas vendas no trimestre, mesmo que tímidos 2,62%, mais de 90% das vendas correspondem a modelos Euro 5 produzidos no ano passado.
Ademais, justifica a queda nas vendas as altas taxas de juros, bem como a dificuldade de acesso ao crédito. Por causa desse cenário, os dirigentes da Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos buscam alternativas junto ao governo federal. Como por exemplo, uma linha de crédito para compra de caminhões Euro 6.
Para Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, o ideal seria reduzir as taxas de juros. Assim como facilitar o acesso ao crédito ao frotista. (Transporte Mundial/Andrea Ramos)