Sobre o “popular”, Chamorro, da GM, diz ser contra criar “jaboticaba”

AutoIndústria

 

Ao anunciar utilização de estruturas brasileiras para contribuição no desenvolvimento global de modelos 100% elétricos, o presidente da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro, comentou sobre negociações de algumas montadoras com o governo sobre o projeto denominado carro verde de entrada, que visa criar condições para o lançamento de modelos mais simples e mais baratos no mercado brasileiro.

 

O executivo foi taxativo em sua posição contrária ao que alguns estão chamando de resgate do carro popular: “O setor automotivo brasileiro está operando abaixo da sua capacidade e todos queremos uma indústria maior. Mas nós colocamos o consumidor na frente de tudo. Se perguntarmos para o brasileiro se ele quer um carro menor, menos tecnológico, mesmo seguro, certamente a resposta será não para tudo”.

 

Nesse contexto, Chamorro defende como ideal a criação de melhores condições de crédito para que o consumidor tenha acesso aos carros de entrada já existentes no País, como o Onix, a Strada e a S10, nos caso dos segmentos nos quais a GM atua.  “Temos carros mais em conta hoje no Brasil que estão inacessíveis por dificuldades na obtenção de financiamento. Podemos reativar a economia e ampliar as vendas locais sem criar uma jaboticaba”.

 

Como é sabido, a jaboticaba é uma fruta típica brasileira, que pelas suas características não tem nem como ser exportada. Colher no pé e comer na sequência é a melhor forma para apreciar o seu sabor.

 

A defesa do resgate do carro popular para ampliar volumes de venda no Brasil foi defendida inicialmente pelo presidente da Stellantis na América do Sul, Antônio Filosa. A Fenabrave também revelou apoio ao projeto, mas a Anfavea reconheceu não haver consenso entre as suas associadas, razão de não estar negociando oficialmente o tema com o governo. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)