De olho nos elétricos, GM admite antecipar ciclo de investimento

AutoIndústria

 

Na contramão da maioria das montadoras instaladas no Brasil, que vêem no híbrido-flex o melhor caminho para o processo de eletrificação local, a General Motors se mantém firme na disposição de partir direto para a produção de modelos 100% elétricos, o que pode ocorrer por volta de 2030, na virada da década.

 

Ao revelar a utilização do Campo de Provas de Cruz Alta e do Centro Tecnológico na contribuição para o desenvolvimento de alguns modelos da futura geração global de veículos 100% elétricos da empresa, o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, admitiu não estar muito distante a produção de modelos do gênero no País.

 

“Queremos ser pioneiros com relação a isso. A produção de elétricos requer um volume mínimo que justifique investimentos e a preparação das fábricas, mas é certo que queremos ir direto para a tecnologia que consideramos a melhor”, informou o executivo, revelando ainda a recente contratação de 250 engenheiros no País por conta da participação da subsidiária brasileira nos projetos globais dos elétricos.

 

Sobre o aporte para adaptação das estruturas locais de P&D e testes, Chamorro revelou que faz parte dos R$ 10 bilhões anunciados para o período de 2019 a 2025 no Estado de São Paulo. E adiantou que o valor estimado para esse período de seis anos praticamente já foi todo utilizado, o que pode gerar a antecipação da definição de um novo ciclo de investimento no Brasil.

 

São três modelos elétricos atualmente em testes por aqui – o Blazer EV e o Equinox EV, além de um terceiro que “é surpresa”, segundo Chamorro: “Estamos neste momento trabalhando em ritmo acelerado e a primeira etapa contempla três diferentes projetos globais de veículos zero emissão, todos da marca Chevrolet, que primeiro serão lançados no mercado norte-americano. Alguns deles podem ser candidatos à industrialização local”, admitiu.

 

O Campo de Provas de Cruz Alta conta com uma área equivalente a 1.360 campos de futebol, abrigando sete laboratórios e 17 pistas de testes. Já o Centro Tecnológico fica em São Caetano do Sul e recebeu há pouco mais de um ano reforços nas áreas de pesquisa e desenvolvimento para expansão do seu leque de serviços.

 

Chamorro mais uma vez defendeu o carro elétrico em detrimento do híbrido, afirmando ser ele o que melhor se enquadra nos projetos de descarbonização em todo o mundo. Ele lembrou que a GM investe US$ 35 bilhões até 2025 para o desenvolvimento de uma nova geração global de veículos elétricos, destacando que “a América do Sul tem importância estratégica neste projeto”.

 

“A ampla estrutura que possuímos no Brasil vem sendo utilizada para contribuir principalmente mas áreas de eficiência energética e de conectividade, assim como também em testes de certificação e homologações necessárias para customizar os EVs à legislação e às preferências de diferentes mercados da nossa região”.

 

A GM, que já comercializa o Bolt EV no Brasil, confirmou que também vai comercializar localmente o Blazer EV e o Equinox EV. As datas de lançamento ainda não foram reveladas. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)