Venda de veículos elétricos amplia fatia de marcas domésticas no mercado chinês

O Estado de S. Paulo/The New York Time

 

A General Motors, que já brigou com a alemã Volkswagen pela liderança do mercado, perdeu quase metade de suas vendas na China. A GM estaria se saindo ainda pior se não fosse pela Wuling, uma joint venture na qual a GM tem uma participação de 44%. A Wuling vende picapes e microvans ultrabaratas que custam de US$ 4,8 mil a US$ 21,8 mil, com margens de lucro estreitas.

 

A participação de mercado das montadoras domésticas da China aumentou de 47% em 2021 para 52% no último trimestre de 2022, em grande parte devido a um grande aumento nas vendas de veículos elétricos. A marca mais vendida é a BYD, da qual o bilionário americano Warren Buffett foi um dos primeiros investidores. Ela agora detém 10,3% do mercado de automóveis, acima dos 2,1% de quatro anos atrás e suplantando a alemã Volkswagen como líder da China.

 

A Volkswagen também perdeu participação, embora menos do que a maioria das montadoras estrangeiras. Ela planeja realizar a apresentação mundial de seu novo sedã elétrico ID.7 em Xangai na segunda-feira.

 

Um porta-voz da Volkswagen disse que a empresa já dobrou as vendas de seu ID., série de carros elétricos, e se recusava a cortar preços como alguns concorrentes apenas para manter o números de carros vendidos. A GM planeja introduzir quatro novos veículos elétricos este ano na China para suas marcas Buick, Cadillac e Chevrolet, e pretende converter mais da metade de sua capacidade de produção na China para carros elétricos até 2030.

 

Mesmo as negociações em relação aos locais de exibição escolhidos em salões de automóveis como o de Xangai mudaram. Até os últimos anos, as montadoras chinesas competiam para colocar suas vitrines perto de marcas multinacionais como a Mercedes-Benz, na expectativa de que os compradores de carros chineses acorressem às marcas multinacionais e pudessem ver as marcas locais ao longo do caminho.

 

Mas, agora, são as marcas chinesas de carros elétricos que outras empresas querem cercar no showroom, disse Bill Russo, ex-CEO da Chrysler China. “Você quer estar mais perto deles – as empresas chinesas têm os veículos elétricos a bateria mais ‘quentes’”, disse Russo.

 

Montadoras de outros países agora querem ter estandes próximos dos das fabricantes chinesas. (O Estado de S. Paulo/The New York Time)