Mercedes-Benz vai afastar 1,2 mil trabalhadores da produção por até três meses

O Estado de S. Paulo Online

 

Os trabalhadores da Mercedes-Benz aprovaram o acordo, negociado entre montadora e sindicato, de suspensão dos contratos de trabalho, o chamado layoff, de aproximadamente 1,2 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Como anunciado na semana passada, a produção de caminhões da montadora será reduzida a um turno por dois a três meses a partir de maio.

 

Durante o período do layoff, os trabalhadores recebem até R$ 2,23 mil do governo, em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Se necessário, a montadora vai complementar o pagamento para que os funcionários suspensos recebam 100% do salário líquido, segundo o sindicato.

 

A medida visa evitar demissões nos momentos em que as empresas precisam cortar a produção. A fábrica da Mercedes-Benz no ABC emprega cerca de 8 mil pessoas, sendo 6 mil na produção.

 

Na quarta-feira da semana passada, quando anunciou a suspensão de um dos dois turnos de produção, a Mercedes-Benz explicou que já esperava uma redução do mercado após a antecipação de compras estimulada pelo aperto dos limites de emissões na virada do ano. Com a mudança de tecnologia necessária para tornar os caminhões menos poluentes, os veículos de carga ficaram mais caros. Porém, segundo a Mercedes, a demanda se mostrou, desde janeiro, ainda menor do que a expectativa. A montadora apontou os juros elevados e as restrições de oferta de crédito como os motivos da redução das encomendas.

 

Antes de diminuir a produção de caminhões a um único turno, a Mercedes deu no início do mês férias coletivas a 300 trabalhadores e reduziu a jornada semanal de trabalho a depender da necessidade de cada área. (O Estado de S. Paulo Online/Eduardo Laguna)

 

 

 

Iveco é mais uma das fabricantes a reduzir ritmo de produção

 

AutoIndústria

 

A Iveco concederá férias em determinadas áreas da produção da fábrica de Sete Lagoas (MG). Segundo comunicado da empresa, “o motivo é devido à forte queda da demanda associada ao aumento da taxa de juros, além da introdução do Euro 6”.

 

A licença será individual, por até 12 dias, a partir de 24 de abril. A quantidade de funcionários não revelada.

 

A fabricante é mais uma das produtoras de pesados a ter que ajustar a produção, como também fizeram Mercedes-Benz e Scania, com férias ou suspensão de turno.

 

Produção fecha trimestre em queda

 

O primeiro trimestre do ano, embora tenha encerrado com as vendas em alta (6,6%), 93,6% dos 28,6 mil caminhões vendidos no período foram produzidos no ano passado, portanto, da geração Euro 5.

 

Em contrapartida, a produção nos três primeiros meses baixou 28,8%, com 24,4 mil unidades. Diante do que foi emplacado, significa que a maior parte da produção deste ano ainda está no pátio de fábrica. (AutoIndústria/Décio Costa)