AutoIndústria
Os licenciamentos de picapes no Brasil encostaram em 79,9 mil unidades no primeiro trimestre, quase 30% a mais do que em igual período do ano passado. O índice é praticamente o dobro da evolução média do mercado de automóveis e comerciais leves.
Além da tendência de mais um ano de crescimento acelerado do segmento, já é possível identificar movimentações importantes no ranking de vendas e que igualmente sinalizam como deve ser o restante de 2023. A mais recente e perceptível delas: o “efeito Montana”.
A nova picape média da Chevrolet chegou às revendas, na prática, somente em fevereiro, mas já garantiu à General Motors a segunda colocação em comerciais leves. Contribuiu com 4,4 mil dos 10,7 mil emplacamentos obtidos pela GM no trimestre e que representaram 11,7% de penetração – mesmo sem a montadora dispor de furgões, considerados pela Fenabrave no cálculo.
A GM foi superada apenas pela Fiat, que já tem contabilizados 40,6 mil licenciamentos e 44,6% de participação. Porém, um ano antes, a montadora norte-americana detinha somente 7,5% dos emplacamentos e aparecia atrás da Toyota, então segunda colocada.
Já a Fiat, líder do segmento há anos, ultrapassava os 52%, sobretudo em função do sucesso da picape compacta Strada e da Toro, modelo que agora vê na Montana uma concorrente direta.
No mês passado, com quase 4 mil licenciamentos, a nova Chevrolet alcançou a condição de quarta picape mais vendida do País, atrás somente da compacta Fiat Strada (9,9 mil) e das grandes Fiat Toro (5,6 mil) e Toyota Hilux (4,4 mil).
RAM e Nissan: Os contratstes
Na parte de cima do segmento de picapes, o destaque é a RAM. A também marca da Stellantis, assim como a Fiat, somou 1.171 licenciamentos em março, seu melhor resultado mensal no mercado brasileiro.
Esse desempenho alçou a RAM ao quinto lugar entre as marcas de picapes grandes no trimestre, com 2.433 unidades negociadas, quase a metade – 1.032 unidades – do modelo 3500, a maior picape do mercado e que tem preços ao redor dos R$ 500 mil.
O crescimento de mais de 500% na comparação com os emplacamentos dos primeiros três meses do ano passado também permitiu algo pouco imaginado em espaço tão curto de tempo: com seus quatro modelos, o mais barato com preços a partir R$ 350 mil, a RAM já está à frente da Nissan.
A marca japonesa promoveu uma robusta renovação da Frontier em 2022, mas não tem obtido o desempenho comercial esperado. Ao contrário, foram vendidas somente 1.661 unidades da Frontier entre janeiro e março, 23% a menos do que em igual período do ano passado, maior recuo registrado entre as picapes grandes em 2023. (AutoIndústria/George Guimarães)