AutoIndústria
Nos próximos dias, a fábrica da Stellantis de Goiana, PE, comemorará a marca de 1,5 milhão de veículos produzidos desde sua inauguração, em abril de 2015. A planta, fruto de investimento de R$ 7 bilhões da então FCA, Fiat Chrysler Automobiles, se consolidou em menos de oito anos como um dos maiores polos produtores de automóveis e comerciais leves do País e modificou o perfil socioeconômico da região e do Estado de Pernambuco.
Para alcançar a média anual de quase 190 mil veículos produzidos, Goiana lançou mão de tecnologias produtivas e de uma logística eficiente, sobretudo nos períodos mais afetados pelas dificuldades decorrentes da pandemia e da falta de componentes, problema ainda nem de todo sanado.
Prova de que a condução da operação foi assertiva em meio à turbulência global é que, se Goiana precisou de cerca de cinco anos para atingir seu primeiro milhão de veículos produzidos, em março de 2021, chega agora a 1,5 milhão em apenas mais dois anos.
Contribuiu para a sustentação do ritmo da linha de montagem – e muito – o bem azeitado e crescente parque de fornecedores instalados na região.
Só no próprio complexo de Goiana estão 16 deles, que se somam a outras 18 empresas de autopeças distribuídas por Pernambuco, contingente que a Stellantis quer ver ampliado com mais 15 fornecedores até 2025.
A produção alcançada em menos de oito anos no agora denominado Polo Automotivo Stellantis de Goiana chama atenção também pelo perfil dos veículos lá fabricados, de segmentos superiores de consumo e, portanto, preços finais elevados.
São três SUVs da Jeep – o pioneiro Renegade, o médio Compass e o topo de linha Commander – e a picape Fiat Toro em diversas versões. Goiana fabrica tanto para o mercado interno como para exportação destinada a diversos países da América Latina, como Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai.
O primeiro carro a sair da linha de montagem pernambucana foi o Renegade. Já no ano seguinte, 2016, Toro e o Compass chegaram às lojas.
O mais recente, o Commander, foi apresentado somente no segundo semestre de 2021. Mas, no fim do mês passado, após mais de 41 mil unidades entregues aos clientes, coube justamente a ele ser o milionésimo Jeep fabricado em Goiana. A marca norte-americana, assim, responde por dois terços da produção acumulada da planta.
O Renegade, porém, é o líder absoluto entre os Jeep em número de unidades produzidas. Do SUV compacto, quase 539 mil foram montados de 2015 até o fim de março. Ou seja, de cada 3 veículos fabricados em Pernambuco até hoje, um foi Renegade.
Já é seguido de perto pelo Compass, que, com mais de 420 mil unidades fabricadas no acumulado, coleciona marcos importantes, como ser o utilitário esportivo mais vendido do Brasil em 2017 e 2018 e liderar, praticamente desde seu lançamento, o segmento de SUVs médios. No primeiro trimestre de 2023, aparece novamente à frente de todos os SUVs, com mais de 15,5 mil unidades negociadas.
Uma RAM pernambucana
Única representante da linha Fiat fabricada em Goiana, a Toro também lidera seu segmento e já ameaça tirar do Renegade o título de veículo pernambucano mais produzido. Em outubro de 2022, bateu em 450 mil unidades e, portanto, passados outros cinco meses, se aproxima das 500 mil unidades, número que deve ser alcançado nas próximas semanas. Só nos primeiros três meses deste ano, a picape acumula mais de 12 mil emplacamentos.
Mas importante: essa relação dois terços-um terço em favor da Jeep contra a Fiat na produção de Goiana tende a se modificar em alguma medida no futuro próximo.
Afinal, a Stellantis introduzirá mais uma marca na linha de montagem pernambucana. Nos próximos meses, montada sobre a mesma plataforma dos demais produtos locais da Fiat e Jeep, surgirá a primeira picape RAM nacional, de menor porte do que as importadas e que, segundo revelou o site Auto Segredos, já tem nome definido: Rampage. (AutoIndústria/George Guimarães)