Indústria não consegue suprir demanda por motos no País

AutoIndústria

 

Apesar do aumento de 18,2% na produção do ano passado em relação ao anterior, de 1.195.149 para 1.413.222 unidades, a indústria de motocicletas não consegue suprir a demanda em alta no País. Ainda há uma carência em torno de 100 mil unidades e a fila de espera para produtos de baixa cilindrada está, na média, em 30 dias.

 

Ao divulgar o balanço de dezembro e do ano passado, o presidente da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, Marcos Fermanian, divulgou as projeções para 2023, estimando um novo crescimento na produção, desta vez da ordem de 9,7%, para 1,55 milhão de unidades. As vendas internas devem ter expansão de 9,4%, para 1,49 milhão de unidades, e as exportações de 6,7%, para 59 mil embarques.

 

“Em 2022 tivemos o melhor resultado desde 2014”, destacou o executivo, lembrando que o maior volume obtido pela indústria no Brasil foi em 2011, com 2,13 milhões de unidades.

 

Sobre o momento atual, favorecido pelo bom desempenho do e-delivery e do preço dos combustíveis que leva consumidores a migrarem do carro para o moto, o presidente da Abraciclo acredita que o primeiro trimestre ainda será marcado pelas filas de espera. “Em dezembro, nossa produção ficou limitada pelas férias coletivas. Acredito que só em abril a situação comece a se normalizar, com a oferta de motos de baixa cilindrada para pronta entrega”.

 

Em dezembro foram fabricadas 85.117 motocicletas, o que representou crescimento de 11,5% sobre o mesmo mês de 2021 (76.359 unidades), mas queda de 34,1% em relação a novembro (129′.216).  De acordo com o presidente da Abraciclo, o setor não vem sofrendo restrições no crédito como aconteceu no mercado de carros.

 

“As instituições financeiras continuam disputando o cliente”, comentou, informando, ainda, que as vendas financiadas responderam no ano passado por 38% dos negócios, no setor, enquanto as vendas à vista tiveram participação de 34% e o consórcio de 28%.

 

Conforme já havia antecipado a Fenabrave, o mercado interno absorveu 132.204 unidades, segundo melhor resultado do ano e atrás apenas de maio (133.344). No comparativo com dezembro do ano anterior, houve aumento de 17,7% e, em relação a novembro, de 7,3%. No acumulado de 2022, foram emplacadas 1.361.941 unidades, alta de 17,7% sobre 2021.

 

Indústria de motocicletas

 

2021 – 2022 – Variação 2022/2021        

 

Produção: 1.195.149 – 1.413.222 – 18,2%

Exportação: 53.476 – 55.338 – 3,5%

Varejo: 1.156.776 – 1.361.941 – 17,7%

Fonte: Associadas Abraciclo

 

Vendas por segmento

 

A Street foi a categoria mais licenciada em 2022, com 686.807 emplacamentos e 50,4% de participação. “As fábricas priorizaram a produção desse modelo para atender à alta da demanda, influenciada principalmente pela grande utilização profissional. Outras categorias também registraram aumento expressivo nos licenciamentos como a Custom, Motoneta, Scooter e Trail”, explicou Fermanian. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)