Jornal do Carro
Com o recuo da demanda, ainda um reflexo da pandemia da covid-19, no ano passado as vendas de veículos novos caíram no mundo todo. Entre as poucas exceções estão a China, a Alemanha e o segmento de supercarros. Bentley, Rollsroyce e Lamborghini, por exemplo, registraram recorde de emplacamentos graças, sobretudo, à alta na procura por seus SUVS. Em comum, todos têm preços com seis ou mais dígitos – em euros e dólares.
No caso da Rolls-royce, o aumento das vendas em relação às de 2021 foi de 8%. Com 6.021 unidades emplacadas, foi a primeira vez que a marca britânica somou mais de 6 mil vendas em um único ano.
De acordo com a empresa, esses carros foram entregues a clientes de cerca de 50 países. No exterior, os preços dos modelos da Rolls-royce são de, em média, US$ 500 mil. Isso dá uns R$ 2,8 milhões, na conversão direta.
O destaque foi o Cullinan, carro mais vendido da marca em 2022. O SUV de alto luxo tem motor V12 6.7 que gera 570 cv de potência.
A empresa informou que pretende aumentar a capacidade de fabricar carros sob medida em 2023. Além disso, vai focar o novo cupê elétrico Spectre. Recentemente, a marca divulgou comunicado no qual informa que a demanda por todos os modelos permanece “excepcionalmente forte, com pedidos garantidos.”
A também britânica Bentley é outra que está comemorando os bons resultados – em 2022, teve 15.174 carros emplacados. Foi a primeira vez na história que suas vendas anuais superam 15 mil unidades.
Assim como no caso da conterrânea Rolls-royce, a estrela da Bentley foi um SUV. O Bentayga representou 42% emplacamentos da companhia no ano passado. Nada mal para um carro lançado em 2015.
Além dele, os números positivos contaram com o bom desempenho do Continental GT. A linha foi responsável por três de cada dez Bentley entregues no mundo em 2022. A Flying Spur, com 28% de participação, fechou a conta.
Esportividade
No caso da Lamborghini, conhecida por fazer carros esportivos, a alta nas vendas em 2022 foi de 10%. Segundo a marca, foram entregues 9.233 unidades.
O ótimo resultado foi puxado por um SUV. O Urus somou 5.367 emplacamentos, seguido pelos cupês-esportivos Huracán, com 3.113 vendas, e Aventador, com 753.
Conforme Stephan Wilkelmann, CEO da Lamborghini, a alta nas vendas deve se consolidar em 2023. Ele afirma que o foco agora serão os novos modelos eletrificados.
Do grupo de marcas exclusivas, apenas a Bugatti não têm um SUV. E mantém as apostas nos hiperesportivos.
É o caso do Centodieci, que foi lançado em 2019 para celebrar os 110 anos da empresa. Apenas dez unidades foram feitas e o preço parte de cerca de € 8 milhões. Dá uns R$ 44 milhões, na conversão direta.
CEO da Bugatti Rimac, Mate Rimac diz que vai revelar novidades no segundo semestre. Seja como for, o executivo deu uma pequena pista ao dizer que “a Bugatti honrará sua rica herança automobilística e sua conexão com a 24 Horas de Le Mans, que celebra seu centenário.” Estamos de olho. (Jornal do Carro/Jady Peroni)