Venda de veículos fecha 2022 em alta impulsionada pelo segmento de motos

Balcão Automotivo

 

O ano começou com muitas incertezas no cenário político e econômico. Com a entrada do novo governo, ainda é cedo para fazer projeções, mas assim como já é feito em edições anteriores, os números apresentados pela Fenabrave têm como base estatística de mercado a sensibilidade dos seus 52 associados e da análise do seu time técnico. Para este ano, a entidade prevê um crescimento de 3,3%, com um total de 3.664.829 unidades emplacadas.

 

Começando pelos resultados de 2022, o setor somou 3.496.838 veículos comercializados, um crescimento de 4,88% quando comparado a 2021. A alta foi puxada pelo segmento de motos, que cresceu 17,7%, somando 1.362.120 unidades. Os números foram apresentados por Marcelo Franciulli, diretor Executivo da Fenabrave, durante a coletiva de imprensa no começo de janeiro deste ano.

 

“No acumulado do ano (em relação a 2021), o segmento de autos e comerciais leves ficou praticamente no zero a zero, com uma queda de 0,85%, totalizando 1.957.699 unidades. Caminhões tiveram uma queda de 2,12% com 124.584 veículos comercializados. O segmento de ônibus cresceu 23,42% (21.860 unidades), um resultado nominalmente expressivo, mas os volumes ainda são baixos. Implementos rodoviários apresentaram uma queda de 7,98% (83.185 unidades) e o segmento de motos cresceu 17,7%, com 1.362.129 unidades emplacadas. Esse foi o segmento que puxou o crescimento do setor”, afirmou.

 

Automóveis

 

Também no balanço do resultado de 2022, o número de automóveis emplacados teve um ligeiro crescimento em relação ao ano anterior, de 1,22%, com 1.576.960 unidades emplacadas. Comparando os meses de dezembro com novembro, a alta foi de 3,4%, com um total de 164.169 automóveis comercializados.

 

Projeções

 

Como dito anteriormente, a Fenabrave projeta para este ano um crescimento de 3,3%, com um total de 3.664.829 unidades emplacadas. Quem apresentou os números por segmento foi José Maurício Andreta Jr., presidente da entidade. “Pela nossa projeção, autos e comerciais leves farão o mesmo número do ano passado (1.957.706 unidades comercializadas) e caminhões também repetirão os resultados de 2022 (124.584 unidades)”.

 

Para ônibus, a previsão é de um crescimento de 5%, impulsionado pelo aumento das passagens aéreas, o que deve aumentar o tráfego de turismo rodoviário, como aconteceu no último trimestre de 2022. Para implementos rodoviários há uma queda prevista de 10%, enquanto o segmento de motos deve crescer 9%, totalizando 1.484.720 unidades comercializadas.

 

“Nós prevemos para este ano um crescimento de 3,3% para o setor, carregado mais por motocicletas. Esse é o número que acreditamos ser possível neste momento, mas vamos aguardar e avaliar, de acordo com as condições mundiais e a situação do governo e de como ele é aceito. Eu tenho a esperança de que o governo mais adiante poderá dar um viés mais positivo, mas neste momento, o nosso viés é mais conservador”, posicionou Andreta Jr.

 

Cenário

 

Tereza Fernandes, consultora econômica da Fenabrave, apresentou números do cenário global e local, e falou que em função da mudança de governo, a Fenabrave trabalha hoje com um cenário que eles chamam de intermediário, nem otimista e nem pessimista.

 

“Haverá alguns gastos fiscais, principalmente neste primeiro ano, para recompor tudo o que seria necessário em termos de despesas, como por exemplo, com educação e saúde, e que devem começar a ser amortecidas em 2024. Em um primeiro momento, nós não acreditamos em grandes reformas e em grandes ajustes na economia em termos de mudanças estruturais, mas temos expectativa com a reforma tributária”, especificou. (Balcão Automotivo/Karin Fuchs)