Com reforço das picapes, Chevrolet pode voltar à briga pela ponta em 2023

AutoIndústria

 

A Chevrolet encerrou 2022 ao som do estouro de garrafas de champagne. Depois de um 2021 traumático pelas longas paralisações em suas fábricas e, por conta disso, perda de participação e da liderança do mercado, os licenciamentos da marca da General Motors cresceram perto de 20%, reverteram a curva descendente e asseguraram a segunda colocação no ranking das marcas mais vendidas no País

 

Esse quadro positivo, porém, se deveu única e exclusivamente aos automóveis de passeio. Os modelos Chevrolet representaram 16,8% dos licenciamentos do segmento, participação que alçou a marca novamente ao primeiro lugar, posição ocupada pela última vez em 2020 – antes do dolorido tombo de 2021, quando recuaram de quase 19% 13%, só a quarta maior fatia.

 

O ano passado foi particularmente recompensador pelo desempenho do Tracker, que pela primeira vez na história foi o SUV mais vendido do País, e pela recuperação do Onix, hatch que liderou o mercado durante seis anos e que em 2021 apareceu somente na quarta posição. Em 2022, foi o segundo automóvel de passeio mais negociado, atrás do concorrente direto Hyundai  HB20.

 

Mas outros produtos, mesmo que em números bem mais modestos, também contribuíram com o sensível crescimento dos licenciamentos de automóveis de passeio da Chevrolet, caso do movolume Spin e do médio Cruze, cujas vendas aumentaram, respectivamente, 37% e 12%, bem acima da média do mercado.

 

Se 2022 os carros de passeio protagonizaram o esforço de recuperação, este ano, tudo indica, o potencial para a Chevrolet agregar mais alguns pontos porcentuais de participação e voltar a sonhar com a volta ao topo do mercado geral encontra-se nos comerciais leves. A própria montadora já batizou 2023 “como o ano das picapes na Chevrolet”.

 

Só a chegada nas concessionárias em fevereiro da Montana já sinaliza vendas adicionais. Da antiga geração, extinta em 2021, a GM manteve apenas o nome, agora uma picape média e não mais compacta. Mais ainda: no transcorrer do ano serão apresentadas uma versão especial da veterana S10 e, no segundo semestre, a nova Silverado, grandalhona importada.

 

O novo portifólio com três modelos, assim, tem tudo para superar a tímida participação de 7,1% obtida pela Chevrolet com a solitária S10 em 2021. O modelo acumulou 27,1 mil unidades emplacadas, número que, segundo classificação da Fenabrave, o coloca como a terceira picape mais vendida do segmento, ainda que bem distante das duas líderes.

 

A segunda colocada Toyota Hilux alcançou 48,6 mil licenciamentos e a primeira, Fiat Toro, pouca coisa a mais: 49,6 mil.

 

Não deve tardar, contudo, para que a entidade que reúne as redes concessionárias de veículos liste Toro e Renault Oroch ao lado da nova Montana em outra categoria, já que têm perfis totalmente diferentes das atuais concorrentes, seja pelo porte ou capacidade de carga.

 

Na soma de automóveis de passeio e comerciais leves, a Chevrolet somou 291,4 mil licenciamentos no ano passado, 14,9% do total do mercado interno e exatos 7 pontos porcentuais atrás da líder Fiat (430,2 mil).

 

A concorrente, porém, vendeu 185,9 mil comerciais leves, 43% de todos os emplacamentos da marca, sete vezes mais do que a Chevrolet. Portanto, se roubar clientes da Toro, principal concorrente, a Montana pode, sim, colocar a Chevrolet novamente na briga pelo lugar mais alto. (AutoIndústria/George Guimarães)