Frota & Cia
A produção de caminhões em 2022 superou a marca do período pré-pandemia, ao totalizar 161,8 mil unidades ante 158,8 mil do ano anterior, traduzindo uma evolução de 1,9%, segundo a Anfavea que reúne os fabricantes de veículos automotores com base nos números do Renavam. Os ônibus, por sua vez, mostraram resultado muito mais expressivo, com uma alta de 67,7% no biênio. A produção de chassis somou 31.664 unidades no ano passado, versus 19,8 mil contabilizadas em 2021. O bom desempenho do setor é resultado, sobretudo, do aumento das exportações de veículos comerciais, que saltaram de 22,7 mil unidades para 25,5 mil; alta de 12,1%.
Trata-se de um feito notável, tendo em vista as enormes dificuldades enfrentadas pelas fábricas de veículos nos últimos anos, diante da falta de componentes, em especial os semicondutores. “O fato produziu paralisações nas linhas de produção e impediram de atender a contento a demanda”, explicou Gustavo Bonini, vice-presidente da entidade, durante coletiva de Imprensa que divulgou o balanço do setor.
Mercado interno
Apesar do bom desempenho, as vendas de caminhões no mercado interno acusaram uma queda de 1,6% no ano (126,6 mil x 128,7 mil unidades licenciadas). “O resultado foi puxado pelo agronegócio, mineração e o transporte de encomendas, com destaque para os caminhões pesados que responderam por 51% das vendas, seguida dos semipesados com 25%”. Bonini credita ainda a boa performance do segmento ao movimento de antecipação de compras, como estratégia dos transportadores para fugir do aumento médio de 20% que deve recair sobre os veículos Euro VI que começam a ser fabricados a partir de 1º de janeiro com novos controles de emissões.
Os emplacamentos de ônibus, por sua vez, somaram 17,3 mil unidades no ano; evolução de 23,4% na comparação com os 14 mil chassis apontados pelo Renavam em 2021. As vendas para o programa Caminho da Escola responderam por 33% do total, seguidas dos urbanos com 27%, além dos minis/ micro-ônibus (20%) e rodoviário e fretamento (20%).
Projeções
Para o ano em curso, a Anfavea projeta uma queda da produção de caminhões em ônibus da ordem de 20,4%, totalizando 154 mil veículos. O mesmo acontece com os licenciamentos no mercado interno estimados em 128 mil, representando um recuo 11,1%. “A queda prevista é consequência da antecipação das compras de caminhões com tecnologia Euro V, que deve demandar menos veículos Euro VI em 2023”, estima o executivo. (Frota & Cia/José Augusto Ferraz)