Volkswagen Caminhões e Ônibus mantém boas perspectivas para 2023

Transporte Moderno

 

A Volkswagen Caminhões e Ônibus mantém boas perspectivas para 2023. “Vamos ter um começo de ano bastante forte em relação aos produtos, e o mercado de caminhões deve continuar crescendo”, disse Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em entrevista exclusiva para a Transporte Moderno durante a 23ª Fenatran.

 

O otimismo para o próximo ano, segundo Cortes, se deve aos novos caminhões Euro 6, que receberam muitas melhorias, além de estarem em conformidade com a nova lei de emissões. “Aumentamos a capacidade de carga útil de todos os modelos, reduzimos o consumo de combustível, introduzimos vários itens de segurança e aperfeiçoamos o conforto. Todos esses atributos estão melhorando a eficiência, a produtividade de toda a linha em aproximadamente de 8% a 10%, o que de alguma forma vai compensar parcialmente o aumento de custos decorrente dessa melhoria, além do aperfeiçoamento para reduzir a emissão de poluentes”, explicou o presidente.

 

Para o mercado de caminhões, a expectativa de expansão está amparada no bom desempenho da atividade econômica, com o crescimento do PIB, e do setor agrícola, que também deverá avançar no próximo ano, segundo Cortes. “Tem ainda o programa de renovação de frota que foi aprovado e estão surgindo novas formas de negócios como a locação de caminhões”, disse.

 

“Todos esses fatores devem assegurar a continuidade do crescimento para o mercado de caminhões, mas existem alguns desafios, como o aumento de preço dos veículos com a introdução do motor Euro 6, a continuidade das paralisações e, em menor escala, a falta de semicondutores. Não dá para cravar qual será o crescimento da indústria, pois precisamos sentir um pouco melhor o comportamento do mercado, mas há alguns fatores que eventualmente irão impulsionar ou que podem atrapalhar.”

 

Cortes salientou que em 2023 a indústria inicia a produção sem a forte pressão das antecipações de compras de caminhões, como é comum com a mudança da legislação.

 

“Diferentemente de anos anteriores, quando havia antecipação de compras principalmente no primeiro semestre, este ano houve poucos pedidos, mas não foi possível atender porque a indústria teve muitos problemas na logística e com a falta de semicondutores. Mal conseguimos entregar os pedidos deste ano, mas Volkswagen não parou um dia a produção.”

 

A fábrica de Resende está trabalhando em ritmo normal em dois turnos. “Tem hora que falta uma peça, mas está sendo muito bem administrada. E continuamos investindo. Estamos no meio de um plano de investimentos de R$ 2 bilhões para o período de 2021 a 2025. Em valor, metade já foi utilizada e a outra metade ainda será”, disse o presidente da Volkswagen.

 

Dos veículos que são produzidos na fábrica de Resende, o caminhão extrapesado Meteor é um sucesso, conforme afirmou Cortes. “Este modelo tem mais de oito mil unidades vendidas em dois anos. Então temos os gigantes Meteor e o Constellation agora com o motor muito potente, e tem o Delivery. Estamos bem cobertos em termos de produtos, começando com modelos de 3,5 toneladas chegando até 123 toneladas.”

 

Cortes recorda que, depois da pandemia da Covid-19, que provocou queda nas vendas de caminhões, 2021 foi um ano de recuperação, movimento que avançou em 2022. “A Anfavea fala em crescimento de 2%, mas será um ano de continuidade de recuperação e a Volkswagen continua líder de mercado de caminhões. Destaco que essa liderança é consequência da aceitação dos nossos produtos que são desenvolvidos para as condições brasileiras”, enfatizou.

 

“A Volkswagen não tem uma fórmula de produto importado, que funciona lá e aqui. Eu falo com toda humildade que temos uma das melhores redes de distribuição do Brasil e uma fábrica muito eficiente em Resende, no Rio de Janeiro, que funciona com o consórcio modular e, além disso, temos pessoas muito boas em recursos humanos, principalmente na área de vendas e pós-vendas. Então a liderança de mercado vem como consequência desse bom trabalho. Mas a nossa prioridade é ter rentabilidade para dar sustentabilidade que nos propicie continuar investindo. Se vier a rentabilidade com liderança de mercado, ótimo. E nesse conceito entram as novidades deste ano e como será o ano que vem”, disse Cortes.

 

“De forma geral, estou sempre otimista. O Brasil é o quarto maior produtor de caminhões – primeiro é a China, segundo Estados Unidos e terceiro a Índia – e é um privilégio ser líder do quarto maior mercado do mundo.” No Grupo Traton o Brasil é o segundo maior mercado – o primeiro é os Estados Unidos com a fabricante Navistar.

 

Exportação

 

Além de crescer no mercado brasileiro, a Volkswagen busca ampliar a presença no exterior com o seu plano de internacionalização. “A empresa está muito forte no Brasil e quer crescer em outros lugares do mundo. Estamos crescendo no México, na Argentina, África, Oriente Médio e no sudeste da Ásia, com a entrada nas Filipinas. Queremos replicar essa história de sucesso que temos no Brasil em outros lugares”, disse Cortes. “E estamos exportando toda a linha de caminhões, Delivery, Meteor, Constellation e os ônibus também.”

 

Cortes comentou que os países para o qual a Volkswagen está exportando têm as mesmas condições e realidades do Brasil. “Então a nossa linha de produtos cabe bem nestes mercados.”

 

Na avaliação de Cortes, a 23ª edição da Fenatran foi muito boa, com recorde de público. “É uma feira comercial, e ficamos satisfeitos com o investimento que fizemos no estande de quatro mil metros quadrados – o maior da feira – com 16 modelos expostos VW Delivery, Constellation, Meteor, além dos elétricos VW e-Delivery. Destacamos também uma área de sustentabilidade, a motorização elétrica e veículos que rodam com HVO, o hidrogênio verde”, detalhou.

 

Elétricos

 

Em sua análise sobre o mercado de veículos elétricos, Cortes afirmou que no Brasil devem prevalecer os veículos leves de entrega urbana. “Os outros modelos são mais para longo prazo, do que vamos ver na Europa e nos Estados Unidos. O mesmo vale para os autônomos, que precisam de muito mais infraestrutura.”

 

No Brasil, a infraestrutura é diferente e a prioridade também, segundo o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus. “Europa e Estados Unidos têm boas estradas. Aqui há outras prioridades antes instalar carregadores, e existem combustíveis alternativos que vêm da agricultura, como o HVO, que é o hidrogênio verde, mas ainda é mais caro que o diesel. Entretanto, quando aumentar a escala de produção vai se tornar, além de ecológico, economicamente viável um dia”, disse Cortes.

 

Para o e-Delivery, o modelo elétrico, a Volkswagen oferece toda a assistência necessária para garantir o desempenho deste veículo. “A empresa vende ou aluga o carregador, cuida da bateria, garantido todo o ecossistema para o elétrico”, informou Cortes. (Transporte Moderno/Sonia Moraes)