Peças remanufaturadas para Fiat e Jeep têm preços até 66% mais baratos

Jornal do Carro

 

Além de deter 1/3 das vendas de automóveis e comerciais leves novos no Brasil, a Stellantis ingressou recentemente no mercado de autopeças. O grupo automotivo, que reúne várias marcas, entre elas Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e RAM, abriu uma divisão de peças remanufaturadas, batizada de “Sustainera”. Com ela, passa a vender autopeças recuperadas para o setor de reposição. É um negócio promissor, haja visto o envelhecimento da frota nos últimos anos.

 

A princípio, a proposta é oferecer manutenção com baixo custo. Entretanto, a montadora diz que não vai abrir mão da qualidade, confiabilidade e sustentabilidade. “O desenvolvimento de soluções sustentáveis por meio da economia circular é uma das prioridades globais da Stellantis”, pondera Antonio Filosa, presidente da América do Sul. Ele conta que a empresa se tornará “carbono neutro até 2038, com redução de 50% já a partir de 2030”.

 

De alternador a caixas de câmbio e direção

 

No Brasil, de acordo com a Stellantis, a nova marca já tem 100 tipos de componentes disponíveis no mercado. A gama está à venda nas mais de 1.000 concessionárias do grupo (Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot e RAM) espalhadas pelo País.

 

Em síntese, as peças remanufaturadas usam 80% menos matérias-primas em relação à produção de novas peças, diminuindo a emissão de CO2. Elas se dividem em cinco gamas. São elas: alternador, caixa de direção, câmbio automático, motor de arranque e turbocompressor. Além disso, ainda neste ano vai incorporar injetores e bombas de alta pressão.

 

Preços

 

De acordo com a Stellantis, os preços das peças remanufaturadas são sugeridos para o estado de São Paulo. Por isso, “não há uma tabela fixa para peças. Cada concessionária estabelece seus valores”, informou a empresa ao Jornal do Carro, em nota.

 

Por exemplo, a caixa de direção remanufaturadas dos Jeep Renegade e Compass é 37% mais barata que uma nova. Dessa forma, o preço cai de R$ 2.887,58 para R$ 1.806,38. Já o turbocompressor de “segunda mão” custa R$ 6.275 – ou seja, custa 33% menos que o novo, com preço de R$ 9.340,20. A peça serve para o motor T270 de Compass e Renegade, bem como da picape Fiat Toro e do SUV Fastback. Outro que terá o motor 1.3 turbo flex é o Pulse Abarth.

 

Já o alternador remanufaturados do motor 1.8 eTorQ tem preço de R$ 1.170,27. Assim, a economia, neste caso, é de 56% na comparação com a peça nova. A peça pode ser instalada, por exemplo, no Jeep Renegade ou no trio Argo, Cronos e Toro, da Fiat.

 

No segmento de comerciais leves, o motor de partida remanufaturado do furgão Ducato tem preço até 66% menor na comparação com o componente novo. O que foi recuperado custa R$ 1.320,12, menos da metade, portanto, da mesma peça “zerada”, que custa R$ 3.902,09.

 

“Além de ter um custo menor, a peça remanufaturada é uma opção sustentável. Consome 50% menos energia em seu processo de produção”, afirma Paulo Solti, vice-presidente de peças e serviços da Stellantis para América do Sul. Para se ter ideia, um câmbio automático, por exemplo, gera economia de até 80% quando remanufaturado. Sem contar a queda de 76% na emissão de CO2.

 

Ao Estadão, Solti afirmou que, no Brasil, o novo modelo vai representar 5% das vendas totais de autopeças até 2025. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)