O Globo
Montadoras que atuam no país já registram perdas em decorrência dos bloqueios feitos por caminhoneiros e demonstram “grande preocupação” com esse movimento, afirma a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os problemas começaram na segunda-feira, mas cresceram nesta terça-feira, com efeito direto na operação das empresas, com unidades tendo de reduzir ou suspender a produção.
A Stellantis, por exemplo, suspendeu a produção já na manhã de segunda-feira em decorrência da interrupção do tráfego na rodovia que dá acesso ao complexo industrial da companhia em Porto Real, no Sul Fluminense. Isso impediu que colaboradores, peças e componentes chegassem à unidade, informou a montadora.
Como o bloqueio ao tráfego persiste, a produção segue parada nesta terça-feira. “A empresa monitora a situação e está pronta para retomar as atividades quando as condições logísticas permitirem”, informou.
Como ontem quarta-feira foi Feriado de Finados, a produção somente deverá ser retomada hoje, quinta-feira.
As fábricas da Renault no Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, no Paraná, também pararam nesta terça-feira devido à falta de peças em razão dos bloqueios de rodovias. A montadora deixará de produzir 1.020 veículos com o dia de paralisação.
As fábricas, diz a Anfavea, estão sendo impactadas principalmente por problemas na logística de entrega de componentes utilizados na produção. O problema é maior para os itens como pneus e outros que são entregues em cima da hora, sem grandes estoques locais.
Com isso, continua a entidade, as montadoras reportam redução na produção, turnos cancelados e dificuldade de acesso de suas equipes às fábricas.
A Nissan, que tem uma fábrica em Resende, já havia definido previamente que não iria produzir nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, emendando com o feriado desta quarta-feira. Com isso, a unidade não foi afetada. (O Globo/Glauce Cavalcanti)