O Estado de S. Paulo
Você já deve ter percebido que alguns carros mais modernos desligam o motor quando param em semáforos ou em congestionamentos, religando assim que o tráfego volta. São veículos equipados com o sistema Start-stop.
A operação automática de “desliga-liga” proporciona economia de combustível e redução na emissão de poluentes. Para explicar como esse equipamento funciona e outros detalhes a respeito, consultamos Flavio Guzmán, especialista em Marketing de Produto da Mercedes-Benz do Brasil.
“De maneira geral, o Start-stop depende de alguns parâmetros para funcionar: o carro precisa estar totalmente parado, o cinto de segurança do condutor deve estar afivelado, e a temperatura do óleo do motor precisa estar numa determinada faixa, assim como a do óleo do câmbio, do líquido de arrefecimento e do ambiente, pois, se estiver abaixo de -10 °C ou acima de 40 °C, o sistema não vai atuar”, afirma Guzmán.
Assim, o automóvel equipado com esse sistema precisa ter uma série de sensores, e a central eletrônica deve estar habilitada para analisar toda a informação repassada – mesmo com o motor desativado.
Com isso, caso a temperatura do motor comece a subir por conta do clima muito quente, ou a cair devido ao frio intenso, o motor é religado para evitar possíveis panes, mantendo a lubrificação e a refrigeração de todo o conjunto.
“Carros com Start-stop utilizam bateria diferenciada, com amperagem maior, além de alternador e de motor de partida mais robustos”, acrescenta o técnico da Mercedes-Benz. “Afinal, esses itens precisam suportar o número maior de operações de acionamento do motor.”
Atenção aos seminovos
Com relação à manutenção, não é necessária nenhuma atenção especial. Caso o consumidor pretenda adquirir um carro seminovo com esse sistema, é recomendável conferir se a bateria é a especificada pela fabricante, pois o dono anterior do carro pode ter instalado uma comum para revender o veículo.
“O Start-stop vai funcionar normalmente com essa bateria, mas a vida útil dela será muito menor, já que ela não foi projetada para o trabalho”, diz Guzmán.
O especialista afirma ainda que o índice de economia de combustível e de redução de emissões de um automóvel com Start-stop depende de muitos fatores, como estilo de condução, peso transportado, topografia do trajeto e altitude da cidade onde o carro roda com mais frequência. Estudos indicam que o sistema pode proporcionar eficiência até 30% maior do que um modelo sem o sistema.
O técnico da Mercedes-Benz explica ainda que é desaconselhável simular o funcionamento do Start-stop desligando e ligando o motor em congestionamentos, uma vez que o carro não foi projetado para isso.
A operação acabará desgastando o sistema de partida e o elétrico. Além disso, pode haver riscos pela temperatura do motor ou do câmbio. A exceção são os casos de longos congestionamentos (geralmente provocados por intempéries ou acidentes), nos quais se permanece parado durante horas. (O Estado de S. Paulo)