Brasil cai para 15º lugar em ranking da indústria global

O Estado de S. Paulo

 

O Brasil foi ultrapassado pela Turquia e caiu mais uma posição no ranking da indústria de transformação global. Agora, o País está na 15.ª colocação entre os maiores produtores do mundo. A indústria brasileira, que até o início da década passada respondia por 2% da produção mundial, viu essa participação recuar para 1,28%.

 

O levantamento foi divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em estatísticas, relativas ao ano passado, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

 

Na esteira de uma recessão doméstica, entre 2015 e 2016, combinada à perda de espaço em mercados internacionais e maior impacto da pandemia na comparação com outros países, o Brasil já tinha sido ultrapassado nos seis anos anteriores por México, Indonésia, Taiwan e Rússia. Deixou, assim, de aparecer entre os dez maiores produtores industriais do mundo.

 

Na avaliação da CNI, o ranking retrata a perda de competitividade do País. O levantamento divulgado ontem renova a participação mais baixa do Brasil na produção global em toda a série histórica, iniciada em 1990.

 

Brasil já respondeu por 2% da produção global e hoje tem 1,2%; China, fábrica do mundo, lidera com 30,45%

 

Líder no ranking, a China, cuja indústria responde por 30,45% do total produzido no mundo, aumentou um pouco mais a distância em relação aos Estados Unidos (16,76%) em meio ao contexto de recuperação dos países do choque da pandemia.

 

Segundo estimativa da CNI, a participação de produtos brasileiros nas exportações mundiais da indústria subiu de 0,77% para 0,81% no ano passado. Ainda assim, o Brasil segue abaixo do patamar de antes da pandemia (0,84% em 2019) e deve ser superado pela Indonésia, caindo mais uma posição, para a 31.ª colocação, no ranking dos exportadores de bens industriais. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)