AutoIndústria
Na corrida para alcançar neutralidade em carbono até 2038, a Stellantis coloca no projeto a contribuição da economia circular nas atividades. Isso porque a empresa calcula que no caminho até lá, somente os veículos de emissão zero providenciarão 45% da meta, enquanto o restante será proveniente de processos, desde a manufatura até a geração de energia, passando por materiais e logística.
Ao trazer a economia circular para o ecossistema da companhia, a Stellantis passa a enxergar o veículo além do fim sua vida útil, prolongando o uso de componentes e peças na cadeia do setor. O conceito se baseia no chamado 4R, de remanufatura, reciclar, reparar e reusar.
Além da contribuição ao meio ambiente, a economia circular no setor estabelece outra frente de negócio. “O conceito permite prolongar a vida de componentes em até quatro vezes, portanto, geração de receita adicional”, resume Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul.
Pelas contas da empresa, a economia circular possibilitará gerar € 2 bilhões em novos negócios até 2030, dos quais ao menos 10% originados na região da América do Sul. “A iniciativa cumpre estratégia e gera valor para a Stellantis. Todos os mercados irão aderir”, observa Filosa.
O negócio chega ao Brasil com a oferta de peças remanufaturadas com a marca global da companhia SUSTAINera, selo já consolidado na Europa e Estados Unidos que reúne mais de 10 mil itens. No País, o portfólio abriga cinco famílias de peças com mais de 100 referências que atendem todos os modelos das marcas da Stellantis produzidos no Brasil: Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot.
Dentre os componentes na oferta, a lista inclui alternador, caixa de direção, câmbio automático, motor de arranque e turbocompressor. Até o fim do ano a empresa adianta que mais quatro linhas serão adicionadas, com injetores e bombas de alta pressão.
O portfólio cobre 90% do volume vendido no País e já disponível nas concessionárias das marcas. Para o consumidor, a peça SUSTAINera custa, em média, 40% menos em relação à original com a mesma qualidade, além de garantia de 12 meses.
A homologação de fornecedores é o que dá suporte ao negócio. Para isso foi criado departamento responsável pelo desenvolvimento de parceiros, componentes e peças. Uma rede de fornecedores tanto no Brasil quanto na Argentina já foi estabelecida. (AutoIndústria/Décio Costa)