Elétricos perdem até 30% da energia na recarga em tomadas comuns

Jornal do Carro

 

Um estudo da ADAC, maior e mais influente clube de carros da Europa, revela que os veículos elétricos perdem eficiência quando são recarregados em tomadas residenciais comuns, de 110V ou 220V. Trocando em miúdos, nem toda a eletricidade consumida durante a recarga chega às baterias. Os testes foram realizados com quatro modelos: Fiat 500e, Renault Zoe, Tesla Model 3 e VW ID.3. Destes, os dois primeiros estão à venda no Brasil.

 

Os especialistas compararam o carregamento em tomadas domésticas com recargas em carregadores de parede – os chamados Wallbox. E constataram que as maiores perdas ocorrem nas tomadas de 110V e 220V. O desperdício varia entre 10% e 30%, mas essa informação não é informada pelas montadoras. Por isso, o órgão exigirá que as fabricantes comecem a informar tais perdas aos compradores, até mesmo no intuito de instruí-los.

 

Qual o tamanho da perda?

 

No levantamento, o Renault Zoe foi o modelo que sofreu a maior perda. O hatch da marca francesa, quando recarregado em tomadas convencionais de 2,3 kW, deixa que 24,2% de eletricidade puxada da rede se perca pelo caminho. Já em um Wallbox com 11 kW de potência, a perda cai para 9,7%. No Tesla Model 3, o desperdício é de 15,2% e 7,7%, na mesma ordem. Por fim, o Volkswagen ID.3 tem perdas de 13,6% e 9%, e Fiat 500e, de 12,7% e 6,3%.

 

O software do carro também influencia na menor eficiência do carregamento. No ID.3, por exemplo, a versão atual (3.4) registrou números melhores. Entretanto, com o software anterior (2.3), a perda de energia chegava a 20% em tomadas domésticas, informa o estudo. Dessa forma, conforme os resultados, o levantamento mostra que os usuários desses modelos devem considerar detalhes como a fiação da tomada de carregamento doméstico.

 

Vale lembrar que as baixas temperaturas também permitem aos veículos puxar mais energia da rede elétrica. Afinal, precisam aquecer as baterias. Em tempo, é bom lembrar que, durante a recarga, a corrente alternada deve ser convertida em corrente direta para alimentar as baterias. Desse modo, é inevitável a perda entre 5% e 10% de energia, que “evapora” na forma de calor.

 

Além disso, no momento da recarga, a energia “escapa” para outros dispositivos ativos no carro. Uma dica da ADAC é sempre recarregar o veículo em carregadores de parede (Wallbox) com 11 kW ou 22 kW de potência para, então, evitar maiores perdas de energia nos carros elétricos. O problema é que, no Brasil, os carregadores de parede costumam ter potência de 7 kW. Ou seja, são mais fracos que os modelos de Wallbox avaliados no estudo. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)