Estradão
A venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás recuou 19,8% em julho no Brasil. Segundo dados da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no mês passado foram emplacadas 85 unidades, ante 106 registradas em junho. Conforme o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a queda é natural. De acordo com ele, como os compradores desse tipo de veículo são frotistas, é comum haver oscilações.
Segundo Leite, “o importante é que existe a percepção de evolução nas vendas de caminhões e ônibus elétricos e a gás no Brasil desde o ano passado”. Conforme noticiado pelo Estradão, apesar de os preços desses modelos serem entre 30% e 100% maiores que os de equivalentes a diesel, a demanda está crescendo. Nesse sentido, a procura é de empresas que precisam reduzir as emissões de carbono.
Ou seja, elas precisam atender as demandas de embarcadores. Sobretudo companhias multinacionais, que têm metas de ESG. Porém, na comparação com julho de 2021, a alta nas vendas foi de 507%. Embora os números absolutos sejam pequenos, trata-se de um avanço e tanto. No mesmo mês do ano passado, foram vendidos 14 caminhões e ônibus elétricos e nenhum a gás no Brasil.
Alta no semestre é de 780%
Da mesma maneira, no acumulado dos sete primeiros meses de 2022 foram vendidas 687 unidades. Portanto, houve alta de 780% na comparação com as 78 vendas registradas no mesmo período de 2021. Além disso, superaram todos os emplacamentos feitos nos 12 meses do ano passado. De janeiro a dezembro de 2021, as vendas de caminhões e ônibus elétricos e a gás somou 408 unidades.
Por enquanto, a Scania é a única marca a oferecer caminhões e ônibus a gás no Brasil. As chinesas JAC Motors e BYD, bem como a VWCO, têm caminhões leves a eletricidade. Aliás, a alemã é a única que produz esse tipo de modelo no País. A BYD também tem um caminhão semipesado elétrico. Além disso, a Iveco se prepara para lançar opções de veículos pesados a gás no mercado brasileiro.
Da mesma forma, as montadoras de ônibus também estão aumentando a oferta de modelos alternativos ao diesel. Há opções de chassis e carrocerias para ônibus urbanos da BYD. Além disso, a Marcopolo anunciou recentemente que vai iniciar a produção do ônibus Ativa. Já Mercedes-Benz confirmou o início da fabricação de seu primeiro chassi de ônibus elétrico. O eO500U é um modelo urbano.
Segundo o diretor de vendas e marketing da marca, Walter Barbosa, o mercado desse tipo de veículo será de 3 mil unidades até 2024. Seja como for, a venda de caminhões e ônibus com motor a diesel deve continuar alta por muitos anos. De acordo com a Anfavea, nos sete meses de 2022 a participação desse tipo de veículo nos emplacamentos é de 99,3%. Porém, já é possível perceber uma ligeira retração. Para comparação, no mesmo período de 2021 foram 99,9%. (Estradão/Aline Feltrin)