Marcopolo vai começar a produzir ônibus elétricos

O Estado de S. Paulo

 

A Marcopolo anunciou nesta terça-feira, 9, que vai iniciar ainda em agosto a produção em série de ônibus elétricos. O modelo será o primeiro 100% elétrico com chassi próprio da fabricante de carrocerias. O anúncio foi feito durante a Lat.Bus 2022, feira na zona sul de São Paulo que reúne montadoras de ônibus.

 

Até o fim do ano, a Marcopolo espera produzir 30 ônibus elétricos em diferentes configurações. A empresa já tem mais de 350 ônibus elétricos e híbridos em circulação em países como Argentina, Colômbia, Austrália e Índia, além do Brasil, porém os chassis desses veículos são produzidos por montadoras.

 

Os primeiros ônibus elétricos totalmente produzidos pela Marcopolo serão fabricados no parque industrial da empresa em Caxias do Sul (RS), com baterias importadas da China. Desde outubro, o modelo está sendo testado, tendo desempenho avaliado em trajeto curto, e sem passageiros, no centro de Santo André, no ABC paulista.

 

Mais elétricos

 

Na Lat.Bus, a encarroçadora Caio mostra o E-Millenniun, ônibus elétrico feito sobre um chassi (plataforma) da BYD (com fábrica em Campinas/SP) e que já está à venda. Segundo Roberto Carlos Barduco, gerente da empresa, além de ser mais largo e mais alto que um veículo tradicional, para garantir mais espaço e conforto aos passageiros, a maior parte dos itens de acabamento são 100% recicláveis.

 

A Mercedes-Benz informa que inicia neste mês, na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a produção em série do e0500U, desenvolvido no Brasil e com autonomia de 250 km a 300 km. A carga completa pode ser feita em até 3 horas. A empresa já está recebendo encomendas.

 

Outra empresa de São Bernardo, a Eletra, vai fornecer 94 trólebus para o BRT ABC, que entrará em operação no fim de 2023. Para dar conta da encomenda, há três meses a empresa inaugurou novas instalações com capacidade seis vezes maior que a anterior.

 

A diretora comercial da Eletra, Ieda Oliveira, informa que os E-Trol, como serão chamados, vão introduzir uma tecnologia inédita no País em que os veículos serão carregados, em movimento, pela própria rede aérea que acompanha grande parte do trajeto dos trólebus. “Não será necessária criar uma infraestrutura de carregamento nas garagens”, explica.

 

A Volvo também está testando no Brasil o ônibus elétrico BZL, lançado na Europa em setembro. Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses América Latina, informa que o veículo está em fase de homologação e inicialmente será importado.

 

“Paralelamente estamos desenvolvendo a produção local pois, a partir de 2025 não vamos mais produzir veículos a diesel’, afirma o executivo. O modelo tem autonomia de 300 km e possibilidade de recargas rápidas em 6 minutos.

 

A Iveco também apresenta na Lat.Bus um ônibus elétrico produzido na Argentina. O E-Way ainda está em fase de homologação e será vendido primeiro em mercados como Peru e Bolívia e ainda não há prazo para chegar ao Brasil. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)