Em corrida do carro elétrico, Volkswagen troca CEO global

O Estado de S. Paulo/Agências Internacionais

 

A Volkswagen informou que o CEO mundial, Herbert Diess, deixará o cargo e o conselho de administração da marca alemã no fim de agosto. Seu substituto será Oliver Blume, atual presidente da Porsche, subsidiária do grupo, que acumulará os dois cargos.

 

Em nota, a companhia informou que Diess deixará o cargo “por mútuo acordo”. O mercado viu o anúncio como inesperado em meio à mudança que o executivo vinha promovendo em direção à eletrificação dos veículos da marca. Sua meta era ultrapassar a Tesla como líder desse mercado.

 

Diess assumiu a direção da Volkswagen em 2018, logo após o escândalo de emissões de diesel da Volkswagen. A empresa foi acusada de ter recorrido a técnicas fraudulentas para que seus motores a diesel e gasolina passassem nos testes regulatórios de emissão de poluentes de diversos países entre 2009 e 2015.

 

Nos anos seguintes à chegada de Diess, a montadora reorganizou-se e anunciou investimento de mais de US$ 50 bilhões no desenvolvimento de veículos elétricos.

 

A multinacional, contudo, teve dificuldades com o funcionamento do software em seus novos modelos elétricos e não cumpriu as metas de vendas deste ano dos veículos com essa tecnologia na China, seu maior mercado.

 

Conflito

 

Diess também entrou em conflito com o poderoso sindicato de trabalhadores, que tem assentos no conselho administrativo da empresa. No ano passado, ele foi criticado após alertar o conselho de que o processo de eletrificação poderia resultar em perda de até 30 mil empregos em suas operações em Wolfsburg, na Alemanha, onde está a sede do grupo e várias fábricas.

 

Blume assume o comando da Volkswagen em 1.º de setembro. Ele fez toda sua carreira no grupo, onde entrou em 1994 em um programa de trainee internacional na Audi.

 

Na semana passada, também foram anunciadas mudanças no comando da Volkswagen do Brasil. O atual presidente, Pablo Di Si, vai assumir a presidência da subsidiária dos EUA também em 1.º de setembro. (O Estado de S. Paulo/Agências Internacionais)