Barril de petróleo recua até 8% e fecha abaixo de US$ 100

O Estado de S. Paulo

 

O preço do petróleo registrou ontem recuo entre 7% e 8% nos contratos de maior negociação e fechou o dia abaixo de US$ 100 por barril tanto em Nova York quanto em Londres. A queda tem a ver com o receio de recessão nas principais economias do mundo, que vêm aumentando os juros na tentativa de controlar a inflação. A manutenção das previsões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a demanda e a piora da covid-19 na China também pesaram sobre as cotações do óleo.

 

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto fechou o dia em baixa de 7,93%, a US$ 95,84. Já o do tipo Brent (referência para os reajustes no Brasil) para setembro despencou 7,11%, a US$ 99,49 na Intercontinental Exchange (ICE).

 

Segundo o Commerzbank, investidores têm reduzido “consideravelmente” suas posições em petróleo cru em resposta à deterioração da perspectiva para a demanda, diante dos temores de recessão econômica nos EUA e na Zona do Euro. Enquanto a economia americana enfrenta um agressivo aperto monetário, a europeia é fragilizada pelas interrupções em entregas de gás natural da Rússia, em retaliação às sanções adotadas por causa da invasão à Ucrânia.

 

Pela manhã, a Opep divulgou relatório mantendo sua previsão para o crescimento da demanda global e da oferta de óleo fora do grupo. Segundo a Capital Economics, a perspectiva do cartel antecipa um cenário de oferta pressionada, o que obrigará a Opep a adotar uma política de produção mais relaxada em breve – com impacto nos preços. (O Estado de S. Paulo/Gabriel Caldeira)