Estradão
A produção de caminhões e ônibus deverá atingir 178 mil unidades até dezembro. Essa é a nova projeção da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgada na manhã desta sexta-feira (08). O número ficou abaixo das 192 mil unidades previstas no começo do ano. Ou seja, agora a expectativa é produzir 14 mil a menos. De qualquer maneira, a maior parte desse número, ou seja, 129 mil, diz respeito à produção de caminhões.
Assim, a falta de semicondutores e de insumos impactaram diretamente no ritmo da produção. E trazem consequências para o desempenho anual. De acordo com o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, no primeiro semestre três fábricas de caminhões precisaram paralisar suas linhas por falta de insumos. “Ao todo foram 41 dias sem produção”, disse.
Primeiro semestre em queda
Seja como for, os dados da Anfavea mostram que de janeiro a junho as empresas fabricaram 71,8 mil caminhões e ônibus. Assim, a indústria produziu 3,9% a menos do que as 74,7 mil unidades em igual período de 2021. Segundo Bonini, “as fábricas enfrentaram importantes desafios logísticos para atender os pedidos durante o semestre”. Mas, apesar da falta de insumos, a demanda está alta. Sobretudo para caminhões voltados para o agronegócio. “É por isso que o segmento de pesados representou 50% da produção”, pontua Bonini.
27 mil para vendas externas
A Anfavea também jogou para baixo a expectativas de exportações de veículos pesados. Agora, a previsão é vender 27 mil para outros países até o fim do ano. Ou seja, 2 mil a menos que o previsto. O recuo está relacionado aos desafios logísticos, da falta de semicondutores e de insumos. Dessa forma, de janeiro a junho deste ano as montadoras venderam 11,1 mil caminhões e ônibus para outros países. Assim, o volume foi 3,8% superior as 10,7 mil unidades que a indústria comercializou em igual período do ano passado.
Mesmo com a projeção menor para o ano, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite disse que o grande desafio da indústria daqui para frente é aumentar sua participação nos países onde atua. “Temos tecnologia e investimentos relevantes focados na exportação também”, esclareceu.
Ônibus ensaia recuperação
Apesar das dificuldades logísticas para manter o ritmo da produção, as fábricas de chassis de ônibus esboçaram reação pela primeira vez após o início da pandemia de Covid-19. Assim, o levantamento da Anfavea mostra que de janeiro a junho, o Brasil fabricou 13.331 ônibus. Ou seja, 29,1% a mais do que as 10.324 unidades do ano passado.
Gustavo Bonini explica que o aumento demonstra o início de uma recuperação deste setor que foi um dos mais afetados durante a pandemia. “Em dois meses seguidos contabilizamos 3 mil unidades produzidas e isso impactou no crescimento semestral”, diz. (Estradão/Aline Feltrin)