O Estado de S. Paulo
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) aprovou em assembleia na tarde de ontem uma nova greve de ônibus na capital paulista, a começar da meia-noite desta quarta-feira. É a segunda vez que a categoria paralisa serviços em menos de um mês. Segundo o secretário-geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier da Silva, o Chiquinho, a greve foi aprovada pela categoria após as empresas de ônibus não terem atendido nem negociado cinco cláusulas que ficaram pendentes desde a última paralisação. Ele afirmou que o prazo para uma contraproposta se esgotou na quinta-feira, dia 23.
Hoje, os motoristas e funcionários reivindicam que a hora do almoço seja remunerada; o pagamento das horas extras a 100%; a participação nos lucros e resultados (PLR); o “fim das monoculturas do setor de manutenção”; e a promoção para o setor. No dia 14, a categoria também realizou uma greve que durou da meia-noite às 15h20. A paralisação foi considerada legal pela Justiça do Trabalho e resultou em negociação com o sindicato que representa as empresas, e se estabeleceu o pagamento de um reajuste de 12,47% contado a partir de maio.
À época, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que iria estudar se o repasse financeiro para que as empresas banquem o aumento das categorias viria de maior subsídio do Município ao setor ou de aumento da tarifa, hoje em R$ 4,40.
Em nota à reportagem, o sindicato patronal, representado pela Spurbanuss, disse que “lamenta mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população”. A entidade também cobrou que os profissionais “não penalizem os passageiros” e cumpram a determinação adotada pela Justiça na última greve, de colocar em operação 80% da frota nos chamados horários de pico.
Gestão municipal
Por meio da Sptrans, a Prefeitura disse lamentar a greve e afirmou ter acionado a Justiça do Trabalho para que aumente o valor da multa diária de R$ 50 mil caso a frota de ônibus disponíveis seja menor que 60% ao longo do dia e de 80% nos horários de pico. “A gestora irá monitorar a frota desde o primeiro minuto da madrugada.” Além da suspensão do rodízio de veículos, a Prefeitura também liberou as faixas exclusivas e corredores. (O Estado de S. Paulo/João Ker)