Muito além da bateria

O Estado de S. Paulo

 

O apelo principal do automóvel elétrico é não lançar gases poluentes no meio ambiente. Mas se engana quem pensa que as fabricantes não têm outras preocupações na hora de desenvolver seus modelos. Geralmente dotados de muita tecnologia, os veículos movidos a bateria recebem uma série de dispositivos voltada para a segurança de motorista e passageiros.

 

Os carros da Mercedes-Benz e da Volvo são exemplos de recursos que aumentam a proteção dos ocupantes. “Estamos sempre buscando soluções que garantam não só a mobilidade urbana com menor impacto na atmosfera como também a máxima segurança possível do consumidor”, diz Holger Marquardt, presidente da Mercedes-Benz Cars e Vans Brasil.

 

O Mercedes EQC 400 oferece um pacote completo de assistência à condução, composto por vários sistemas. O principal deles é o Distronic, controle que mantém distância predeterminada do carro da frente, que, se diminuir a velocidade bruscamente, ativará a frenagem de emergência do EQC.

 

O SUV da Mercedes é dotado de comandos ativos, que ajudam o trabalho do motorista. Quando ele inicia a manobra para mudança de faixa com a seta ligada, o EQC completa a trajetória sozinho, caso não exista nenhum carro vindo nas faixas ao lado.

 

Essa tecnologia atua em conjunto com o sensor de ponto cego. Ela monitora a região traseira e, se houver um veículo ao redor, o Mercedes retorna à pista de origem para impedir a colisão. Tais controles se enquadram no nível 2 de condução autônoma. O motorista os aciona, mas é bom ressaltar que, em algum momento, os recursos precisarão da intervenção humana.

 

Afinal, se o motorista tirar as mãos do volante e, nos segundos seguintes, não apresentar nenhuma reação, o EQC 400 começa a perder velocidade e sai para a direita, com o devido cuidado de não bater em outro automóvel. Ele para, desliga o motor e ativa o pisca alerta.

 

Outros elementos ativos estão nos freios. Em situações pontuais, o modelo alemão pode acionar o freio antes mesmo do motorista, caso identifique a possibilidade de acidente, como em cruzamentos ou aproximação de pedestres e ciclistas.

 

Google embarcado

 

O Volvo XC40 Recharge Pure Electric não fica atrás em dispositivos que reforçam a segurança dos passageiros. “Trata-se de um veículo robusto, que contém, em seu DNA, todos os anos de desenvolvimento da marca no quesito segurança”, afirma João Oliveira, diretor-geral de operações e inovação da Volvo Car Brasil.

 

Uma novidade é a central de infoentretenimento, com o sistema operacional Google Automotive Services, que integra o carro aos mais avançados recursos do Google. Com ele, o motorista do XC40 repete a experiência que executa nos smartphones.

 

O motorista pode usar o comando de voz para fazer as coisas, mantendo atenção total na estrada. O assistente controla a temperatura interna, define um destino, toca música e podcasts e envia mensagens, sem que o condutor precise tirar as mãos do volante. Ponto para a segurança.

 

O Volvo XC40 Recharge Pure Electric tem câmera de 360 graus, que, em combinação com o alerta de tráfego cruzado, auxilia e evita colisões em saídas e entradas de vagas de estacionamento, por exemplo. O SUV também dispõe de alertas de mudança de faixa e de ponto cego.

 

Já a tecnologia City Safety reconhece pedestres, ciclistas e animais de grande porte. Feito isso, ele diminui a velocidade e esterça o volante para evitar ou minimizar os efeitos de um acidente. O veículo vem equipado com o controle de cruzeiro adaptativo, cujos sensores e câmeras, entre outras funções, monitoram as faixas das vias e controlam a distância em relação ao veículo adiante.

 

Os sistemas de segurança aceleram o desenvolvimento do carro elétrico para uma direção bem clara: a de ser 100% autônomo no futuro, que já está logo ali. (O Estado de S. Paulo/Mário Sérgio Venditti)