Jornal do Carro
O VEC Itaú é o nome do novo serviço de compartilhamento de carros que o banco passará a oferecer no Brasil em breve. A sigla, que designa Veículo Elétrico Compartilhado, faz todo sentido. Essa opção de mobilidade urbana tem o mesmo conceito da bicicleta compartilhada, que acaba de completar 12 anos de operação. Porém, como se trata de automóveis elétricos, haverá mais funções e possibilidades de utilização. De início, o foco são as empresas as operações devem começar no fim do segundo semestre deste ano. Para pessoas físicas, a previsão é de lançamento ao longo de 2023.
O Jornal do Carro avaliou o VEC Itaú no fim de 2021. Naquela ocasião, o serviço ainda estava em testes por funcionários do banco. Desde então, várias funções foram e continuam a ser aprimoradas. Por exemplo, não era possível deixar o carro com um manobrista. Isso porque, inicialmente, o conceito era o mesmo do da bike. Ou seja, para uso 100% urbano. Assim, a ideia é que o usuário pegue o carro no ponto “A” e, depois de se deslocar até o ponto ?B?, o deixe no local indicado.
Entretanto, o pessoal do banco constatou que o comportamento de quem utiliza carros compartilhados é bem diferente do de quem usa bicicletas. Até porque as opções de modelos disponíveis, ao menos na fase de testes, convidam a ficar mais tempo com o veículo. Na frota da Ucorp, empresa responsável pela operação do VEC Itaú, há carros como BMW i3, JAC IEV 40 e Jaguar i-Pace, como o avaliado pelo JC. Seja como for, na prática o processo é bem simples.
Como funciona
Diferentemente do que ocorre com a bike, além de ter um smartphone e cartão de crédito, para utilizar o VEC Itaú o usuário deve ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida. Se tudo estiver em dia, basta baixar o aplicativo do serviço no telefone celular. Após preencher um cadastro com informações pessoais e demais dados, é preciso esperar a validação pela plataforma. Em nosso teste, feito a convite do banco, a aprovação foi muito rápida.
Além disso, não tivemos de ir buscar o carro. O pessoal da Ucorp fez a entrega no endereço indicado pela reportagem. Depois disso, antes de dar início ao uso do serviço, o técnico criou, de forma virtual no app, um ponto de retirada e devolução de veículos no local.
Tudo é feito por meio de aplicativo no celular
Afinal, só assim o sistema poderia “entender” que as viagens iriam começar e terminar ali. Aliás, diferentemente do que ocorre com as bikes do Itaú, que ficam em bolsões nas ruas, quando o serviço estiver em operação, os carros deverão ficar em pontos como estacionamentos. Afinal, ao concluir o deslocamento, o usuário deverá plugar o veículo em tomada específica para que seja feita a recarga das baterias.
Carro na palma da mão
Depois disso, bastou identificar o veículo no aplicativo e fazer a solicitação da liberação para dar início à utilização. Tudo foi ativado pelo smartphone, de forma simples e sem a necessidade de falar com atendentes. A partir da validação, o carro fica atrelado ao telefone. Por meio do app, o usuário pode liberar as portas, bem como dar a partida do motor, que, no caso do elétrico Jaguar I-pace, é acionada por botão no painel.
Pegamos o SUV de luxo em uma sexta-feira no fim da tarde e o devolvemos na segunda-feira seguinte pela manhã. Após sair do carro, as portas travam automaticamente depois de alguns minutos. Para liberá-las, é preciso ativar a função novamente no app. Porém, como não encerramos nossa “corrida”, o sistema ficou contando o valor de utilização, inclusive à noite. Quanto estiver em plena operação, o serviço do VEC Itaú terá cobrança por minuto.
Ajustes finais
Seja como for, o usuário poderá buscar o veículo que estiver mais próximo de sua localização. Outro recurso que está sendo avaliado é a possibilidade de agendar um determinado carro. Esses parâmetros ainda estão em definição.
Por ora, o que há de concreto é que, de início, o serviço atenderá somente empresas. “Neste ano, eu creio que ainda não vamos oferecer”, diz o diretor de Negócios de Veículos do Itaú, Rodnei Bernardino de Souza. Ele falou sobre o VEC no Mobilidade Insigths, em que executivos avaliaram os resultados de suas empresas e fizeram projeções para 2022 e os próximos anos.
Souza afirma que as empresas que viram o sistema procuraram o Itaú para oferecê-lo a seus funcionários. “Acreditamos que o mercado estará mais maduro em 2023 e poderemos lançar o VEC para o público”, diz. “Estamos conversando com redes de estacionamentos, porque poderemos instalar as estações nesses locais, que são seguros, para oferecer uma boa experiência”.
No fim do período de utilização do serviço, o app indicou que o custo seria de pouco mais de R$ 600. Porém, o Itaú nos isentou do pagamento. O valor é alto para a maioria dos brasileiros. Mas pouco se comparado à locação convencional. Sobretudo de um SUV de luxo elétrico, como o Jaguar I-pace. (Jornal do Carro/Tião Oliveira)