Consórcio para caminhões em alta

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

A venda de consórcios para caminhão cresceu 91,2%, no primeiro trimestre de 2022 sobre o mesmo período do ano passado. Foram 35.600 novas cotas adquiridas neste ano, ante 18.600 do início do ano passado. A informação é da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac).

 

“Esse é um bom sinal e indica que o caminhoneiro está apostando na retomada da economia”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente da entidade. “O consórcio também é uma forma de enfrentar a economia atual, com juros altos, inflação elevada e crédito mais difícil pelo aumento da inadimplência”, comenta o executivo.

 

De acordo com levantamentos da Abac, as cotas para caminhões vão de R$ 120 mil a R$ 990 mil. “O valor médio é de R$ 390 mil. E o prazo médio de pagamento é de 92 meses”, afirma Rossi.

 

Um exemplo real se aplica a um caminhão Iveco Tector 17-280, com crédito de R$ 389.725, pelo consórcio da montadora. Em 120 meses, as parcelas de um plano regular saem por R$ 3.734,72.

 

“O consórcio é uma boa opção quando o mercado está em uma situação como a atual, com a taxa Selic em 12,75%, e os bancos sendo mais criteriosos na concessão de crédito. O cliente pode aguardar o sorteio ou mesmo achar o momento certo para a aquisição, dando um lance”, diz Mauro Andrade, gerente comercial do Consórcio Iveco. O executivo confirma o bom momento da modalidade, que, nos primeiros quatro meses de 2022, anotou alta de 15,4% sobre igual período de 2021.

 

Vale dizer que o consumidor contemplado por lance ou sorteio recebe uma car ta de crédito que não está vinculada a nenhum modelo específico. Por isso, pode ser utilizada para um veículo diferente. “A cota de um modelo pesado serve para a aquisição de um leve e vice-versa”, ressalta Andrade, da Iveco.

 

Também é possível comprar implementos para caminhão pela modalidade. A indústria de carrocerias Librelato tem planos de 24 a 100 meses, com créditos de R$ 84 mil a R$ 336 mil e parcelas a partir de R$ 615. Sua carreta mais vendida é um modelo basculante, com crédito de R$ 170 mil. As parcelas ficam em R$ 2.744,29, em um plano de 70 meses. “No primeiro quadrimestre, o Consórcio Librelato aumentou em 25% o volume de créditos comercializados”, afirma Manuel Bernardo, gerente comercial.

 

Automóveis e utilitários 

 

O consórcio também é uma modalidade de venda interessante para veículos leves. Em março deste ano, havia 4 milhões de participantes pagando regularmente suas mensalidades. O valor médio das cotas vendidas, em março de 2022, para veículos leves estava abaixo de R$ 60 mil, indicando maior demanda por carros pequenos.

 

“Um plano com crédito de R$ 65 mil e saldo em 80 meses tem parcelas de R$ 1.026,06, na Unifisa”, afirma Thiago Savian, diretor comercial da administradora de consórcios que atua com planos de até 100 meses para automóveis. Savian recorda que as parcelas menores, na comparação com o crédito tradicional, atraem pessoas físicas e jurídicas. Por isso, ele tem como clientes locadoras de veículos leves e de caminhões.

 

O Consórcio Fiat também trabalha com parcelamento em até 100 meses. De acordo com o site da empresa, um sedã Fiat Cronos 1.3 tem parcelas a partir de R$ 1.136, em um plano de 64 meses. Por ser a líder de vendas do País, a montadora oferece como vantagem maior velocidade na formação de grupos de consórcio, grande número de contemplações e faturamento do carro em até 48 horas.

 

Os prazos elásticos também tornam o consórcio interessante para utilitários. “A linha Daily responde por 65% das novas cotas que vendemos na Iveco”, afirma Mauro Andrade, referindo-se à linha de comerciais leves da marca. Na lista de planos de consórcio da empresa, um Daily chassi-cabine (que pode receber um baú de alumínio, por exemplo) tem crédito de R$ 155.360. Em 100 meses, as parcelas ficam em R$ 1.786,64.

 

As prestações do consórcio são reajustadas, anualmente, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e também poderão ser alteradas pela tabela da montadora. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Curcio)