AutoIndústria
O Sindicato dos Metalúrgicos de Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informou que a Caoa Chery suspendeu as demissões dos 480 funcionários da fábrica de Jacareí, SP, após aceitar proposta de lay-off aprovada também pelos trabalhadores em assembleia realizada nesta quarta-feira, 11. Consultada, a montadora não confirmou a informação e, por meio de nota, diz que continua em negociação.
Segundo o sindicato, porém, empresa e trabalhadores concordaram em iniciar lay-off de cinco meses a partir de 1º de junho e que os funcionários contarão ainda com mais três meses de estabilidade. Os termos teriam sido acertados em reunião com a empresa realizada na sede do sindicato.
Assim, até janeiro, pelo menos, os trabalhadores receberiam seus salários na íntegra – com parte da remuneração paga com recursos do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador -, assim como disporiam de planos de saúde.
“A suspensão das demissões foi uma grande vitória. Agora vamos dar um novo passo e exigir a permanência da Caoa Chery em Jacareí. Por isso, estamos iniciando uma campanha nacional contra o fechamento da montadora. Também defendemos a estatização da fábrica”, afirma Weller Gonçalves, presidente do sindicato.
Na última quinta-feira, 5, a Caoa Chery anunciou que não vai mais produzir automóveis em Jacareí pelo menos até 2025, quando, após remodelação da linha de montagem, passará a produzir novos veículos com inédita plataforma para modelos híbridos e elétricos. Ainda assim, a empresa optou por dispensar os trabalhadores.
Em Jacareí eram montados o recém-lançado SUV compacto Tiggo 3x e o sedã Arrizo 6. Com a interrupção das atividades em Jacareí, o Tiggo 3x, mais barato automóvel da marca, saiu definitivamente de linha menos de um ano depois de seu lançamento., enquanto o sedã passa a ser importado completo da China.
Para evitar o fechamento definitivo da fábrica, o sindicato pretende pressionar os governos federal, estadual e municipal. Uma proposta de projeto de lei já foi protocolada na Câmara Municipal de Jacareí.
O fechamento da unidade, calcula o sindicato com base em dados do Ilaese, Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos, representará perda de R$ 53 milhões em massa salarial circulando na cidade. No setor de autopeças, o impacto deve ser de R$ 37 milhões. (AutoIndústria)