Diário do Transporte
A produção de ônibus no Brasil apresentou uma variação positiva de 4% no acumulado do ano. A informação foi divulgada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), na última terça-feira, 10 de maio de 2022.
Entretanto, o crescimento é comparado ao mesmo período de 2021, quando o setor já sofria com a forte crise agravada pela pandemia de covid-19. De janeiro a abril deste ano, foram produzidas 7.328 unidades, comparadas a 7.048 nos mesmos meses do ano passado.
A produção de ônibus urbanos foi mais expressiva, respondendo por 6.278 chassis fabricados nos quatro primeiros meses de 2022. Por outro lado, foram produzidos 1.050 rodoviários.
Licenciamento
Por outro lado, o licenciamento de ônibus novos caiu 1,2% no mesmo período, passando de 4.505 para 4.449 veículos licenciados.
Segundo o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Rodrigo Bonini, é possível observar uma certa estabilidade. “É um segmento que a gente sabe que foi bastante impacto pela pandemia e saiu em uma recuperação em 2021 comparado a 2020 e agora tem o mesmo patamar que tínhamos de janeiro a abril do ano passado”, avaliou.
Das 1.127 unidades comercializadas em abril, a divisão foi da seguinte maneira:
– Miniônibus: 7%
– Micro-ônibus: 16%
– Caminho da Escola: 27%
– Urbanos: 29%
– Fretamento: 6%
– Rodoviários: 15%.
Ranking de marcas
A Mercedes-Benz segue líder de mercado, conforme levantamento divulgado pela Anfavea.
Confira os números, por montadora:
1º) Mercedes-Benz: 2.161 unidades, alta de 34,6%;
2º) MAN/Volkswagen: 1.064 unidades, queda de 24,2%;
3º) Agrale (inclui os miniônibus da Volare): 982 unidades, alta de 20%;
4º) Volvo: 123 unidades, queda de 12,8%;
5º) Iveco (inclui os miniônibus CityClass): 51 unidades, queda de 90%;
6º) Scania: 42 unidades, alta de 121,1%.
Exportações
O número de ônibus exportados aumentou 9,6% considerando os quatro primeiros meses do ano. Ao todo, foram 1.275 unidades, comparadas a 1.163 no mesmo período de 2021.
Automóveis
Apesar de várias paradas de fábrica por conta da falta de semicondutores, a produção de autoveículos em abril foi de 185,4 mil unidades, 0,4% a mais que no mês anterior.
Na comparação com abril de 2021, quando a crise global de componentes eletrônicos ainda não era tão alarmante, houve queda de 2,9%. No acumulado do ano, o recuo é de 13,6% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado.
Segundo a Anfavea, as vendas tiveram média diária de 7.750 unidades em abril (a melhor desde dezembro), contra as 6.991 unidades/dia de março. No total, 147,2 mil unidades foram licenciadas, leve alta de 0,3% sobre março e baixa de 15,9% sobre o mesmo mês de 2021.
“Poderíamos ter resultados de vendas ainda melhores se não fosse a persistente limitação de oferta provocada pela crise dos semicondutores”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “Apesar da inflação e da alta dos juros, ainda identificamos uma demanda reprimida de clientes particulares e sobretudo de locadoras, e os bons números de venda deste início de maio são indicadores dessa tendência. Esperamos que a situação da oferta comece a melhorar em meados do ano”, acrescentou.
Já as exportações acumulam alta de 17,9% sobre o primeiro terço de 2021, com um total de 153 mil unidades embarcadas ao exterior. Foram 44,8 mil em abril, crescimento de 15,2% sobre março e de 32,3% sobre abril do ano anterior. É o melhor resultado para o quadrimestre desde 2018, segundo a Anfavea. (Diário do Transporte/Jessica Marques)