Anfavea vê interesse em produzir chips no País

O Estado de S. Paulo

 

A indústria automotiva e a de produtos eletroeletrônicos avançam nas discussões com o governo federal sobre medidas para atrair investimentos na produção local de semicondutores. Nos próximos meses, é possível que algum projeto seja anunciado, disse ontem o novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.

 

Segundo ele, há um consenso entre os setores público, privado e acadêmico da urgência em se nacionalizar o componente que, no caso do setor automotivo, tem levado fábricas do mundo todo a suspender a produção desde o fim de 2020. No Brasil, só neste ano, 14 fábricas – de um total de 59 – paralisaram operações por algum tempo por essa razão.

 

“Há empresas que já atuam no setor com interesse em ter fábrica local de semicondutores”, disse Leite. De acordo com ele, seriam necessários aportes de até US$ 2 bilhões em um projeto desse tipo.

 

O executivo assumiu a presidência da Anfavea na semana passada e já teve duas reuniões com o ministro Paulo Guedes. O presidente Jair Bolsonaro participou de uma delas, de modo online. Na próxima semana ou na seguinte haverá novo encontro, informou Leite.

 

Ele disse que, até 2023, 29 novas fábricas de semicondutores devem começar a produzir na Ásia, nos EUA e na Alemanha, sendo duas ainda este ano.

 

No primeiro quadrimestre deste ano, foram produzidos 681,6 mil veículos no País, incluindo caminhões e ônibus, número 13,6% menor do que o de igual período de 2021. A Anfavea calcula que pelo menos 100 mil unidades deixaram de ser fabricadas em razão da escassez de componentes, principalmente microchips. No mesmo período foram vendidas 552,9 mil unidades, queda de 21,4% ante o mesmo intervalo do ano passado. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)