Abril foi o melhor mês do ano em todos os indicadores da indústria automobilística

Blog do Ricardo Ribas

 

Os números de abril confirmaram as expectativas de uma reação do setor automotivo no segundo trimestre. Com destaque para a média diária de vendas e as exportações, todos os índices aferidos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) melhoraram no último mês, a despeito dos feriados de Páscoa e Tiradentes, que fizeram abril ter dois dias úteis a menos que março.

 

Apesar de várias paradas de fábrica por conta da falta de semicondutores, a produção de autoveículos em abril foi de 185,4 mil unidades, 0,4% a mais que no mês anterior. Na comparação com abril de 2021, quando a crise global de componentes eletrônicos ainda não era tão alarmante, houve queda de 2,9%. No acumulado do ano, o recuo é de 13,6% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado.

 

As vendas também tiveram boa reação, com média diária de 7.750 unidades em abril (a melhor desde dezembro), contra as 6.991 unidades/dia de março. No total, 147,2 mil unidades foram licenciadas, leve alta de 0,3% sobre março e baixa de 15,9% sobre o mesmo mês de 2021. Na comparação de quadrimestres, a queda deste ano está em 21,4%, sempre lembrando que no início do ano passado quase não havia restrição de oferta por conta de semicondutores.

 

“Poderíamos ter resultados de vendas ainda melhores se não fosse a persistente limitação de oferta provocada pela crise dos semicondutores”, explicou Márcio de Lima Leite, Presidente da ANFAVEA. “Apesar da inflação e da alta dos juros, ainda identificamos uma demanda reprimida de clientes particulares e sobretudo de locadoras, e os bons números de venda deste início de maio são indicadores dessa tendência. Esperamos que a situação da oferta comece a melhorar em meados do ano”, acrescentou.

 

Os números mais animadores para a indústria são os de exportações, que já acumulam alta de 17,9% sobre o primeiro terço de 2021, com um total de 153 mil unidades embarcadas ao exterior. Foram 44,8 mil em abril, crescimento de 15,2% sobre março e de 32,3% sobre abril do ano anterior. Trata-se do melhor resultado para o quadrimestre desde 2018.

 

Questionado sobre um possível desaparecimento de modelos hatches, sedans e peruas no mercado brasileiro já que a indústria dá sinais claros e concentra produção de SUVs, o presidente da ANFAVEA respondeu que não. “Há espaço para e público consumidor para todos os modelos”.

 

Há que se relembrar que a Honda descontinuou a produção nacional do modelo sedan Civic, o Chevrolet Cruze caminha na mesma direção, a CAOA-Chery, que produz o Arrizo 6 e passa por um reposicionamento no mercado e eletrificará sua produção. A recém-chegada BYD aposta no modelo HAN EV, enquanto a Toyota é a única a produzir o sedan Corolla. A perua Fielder ficou no passado.

 

Desafios da cadeia global de produção de veículos adiam temporariamente o lançamento do São Paulo Motor Experience

 

O São Paulo Motor Experience, inicialmente programado para o período de 6 a 14 de agosto deste ano, no Autódromo de Interlagos, tem seu lançamento adiado. A ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em alinhamento com suas associadas, e a RX, organizadora do evento, decidiram postergar a realização do festival.

 

O motivo do adiamento recai sobre a atual situação global do setor automotivo, que ainda enfrenta desafios na cadeia de fornecimento gerados pela pandemia.

 

“O novo formato do São Paulo Motor Experience é sensacional, atende as novas demandas e expectativas do público, mas as nossas associadas, há mais de um ano enfrentando paradas de fábrica e complexos desafios logísticos, julgam mais adequado adiar temporariamente este grande evento que celebra a força do setor automotivo e a paixão do nosso povo por carros” afirma Márcio de Lima Leite, Presidente da ANFAVEA.

 

“Ao assumir a missão de ser o maior evento automotivo da América Latina e um dos maiores do mundo, o SPMXP ganhou relevância antes mesmo de sua realização. Em razão dos desafios que ainda persistem, optamos por adiá-lo. Logo retomaremos os trabalhos para lançar o evento do tamanho da força da indústria automotiva para os milhões de apaixonados”, explica Cláudio Della Nina, presidente da RX. (Blog do Ricardo Ribas)