Presidente da Anfavea quer que chip e câmbio sejam feitos no Brasil

O Estado de S. Paulo 

 

O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse que uma de suas prioridades para o setor é a nacionalização de componentes estratégicos, como semicondutores e transmissão automática, cuja escassez tem paralisado fábricas no País desde o ano passado.

 

Na apresentação que fez ontem, ao assumir o comando da entidade, o executivo destacou um selo com a frase “Feito no Brasil”, uma alusão ao slogan adotado há alguns anos pela indústria automobilística de Detroit, nos EUA, que vinha definhando com a concorrência de marcas internacionais.

 

Leite disse que a nacionalização de itens importantes faz parte da estratégia do setor para melhorar sua competitividade e poder suprir o mercado interno e as exportações.

 

O novo presidente da Anfavea vai se reunir hoje, em Brasília, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em um encontro com a participação de todos os executivos das montadoras locais. “Vamos apresentar os investimentos que estamos fazendo, que são indutores da economia brasileira, e

 

Reunião com Guedes Presidente da Anfavea vai se reunir hoje com ministro Paulo Guedes e executivos da indústria automotiva dar sugestões sobre o que pensamos para a retomada da industrialização.”

 

O executivo ressaltou que os investimentos da indústria automotiva somam R$ 105 bilhões entre 2014 e 2028 e que o ecossistema total do setor envolve 98 mil empresas e mais de 1,2 milhão de empregos. “Temos urgência em estabelecer prioridades”, afirmou ele, que tem 51 anos e é vice-presidente de Assuntos Jurídicos, Tributários e de Relações Institucionais da Stellantis na América do Sul. Ele entrou no lugar de Luiz Carlos Moraes, executivo da Mercedes-Benz do Brasil.

 

Outro foco de Leite será nos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento do etanol como uma das fontes de geração de energia para carros elétricos, híbridos e a célula de combustível. “Não vamos apresentar só uma solução (para a eletrificação); queremos ser um grande player global com soluções que os outros países não têm”. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)