Grupo de empresas faz aliança para estimular vendas de carros elétricos

O Estado de S. Paulo

 

Um grupo de empresas – que inclui 99, Caoa Chery, Unidas, Movida, Raízen, Ipiranga, Tupinambá Energia e Zletric – criou uma aliança para estimular o mercado de veículos de zero emissões no Brasil. Entre as metas desse grupo está o aumento da participação de carros eletrificados para 10% das vendas totais no País – hoje, essa modalidade não chega a 2% do mercado. As empresas também querem estimular a criação de 10 mil estações públicas de carregamento para esses veículos até 2025.

 

Para a 99, a meta específica é ter 100% da frota do aplicativo eletrificada até 2030. “O carro elétrico é o futuro, mas o processo de transformação da frota começa agora, e não queremos fazer isso sozinhos. A aliança serve justamente para unir as pontas dessa cadeia para estimular a demanda e a oferta”, afirmou ao Estadão/broadcast o diretor do Driverlab da 99 (centro de inovação da empresa), Thiago Hipólito.

 

Segundo o executivo, a meta de eletrificação total da frota do aplicativo é factível, mesmo em um horizonte de incertezas acerca da produção local de veículos elétricos. Montadoras têm afirmado que, sem uma política concreta de estímulos à fabricação, o Brasil terá dificuldades para expandir o segmento.

 

Potencial

 

De acordo com dados da consultoria automotiva Bright, em 2021 a frota eletrificada – que inclui híbridos – era de aproximadamente 80 mil unidades no Brasil. Desse total, cerca de 25 mil eram do tipo plug-in (que podem também ser recarregados na tomada). Para 2030, a consultoria projeta uma frota eletrificada de 2,9 milhões de veículos no País, sendo 650 mil do tipo plug-in.

 

Segundo o diretor da Bright, Murilo Briganti, para acompanhar essa projeção de frota até 2030, os pontos de recarga no Brasil – hoje estimados entre 1 mil e 1,5 mil – deveriam saltar para ao menos 80 mil. Considerando que cada ponto custa entre R$ 20 mil e R$ 200 mil – dependendo do tipo de recarga –, a Bright estima que seriam necessários pelo menos R$ 1 bilhão ao ano em investimentos para atender à demanda projetada.

 

Consultoria estima frota eletrificada de 2,9 milhões de veículos até 2030 e 80 mil pontos de recarga. (O Estado de S. Paulo/Juliana Estigarríbia)