Blog do Caminhoneiro
Quase metade das transportadoras do país tem vagas para motoristas profissionais. É o que aponta a Pesquisa CNT Perfil Empresarial, divulgada no último dia 07 de abril. A pesquisa avaliou o perfil de centenas de empresas, sendo a maior parte de grande porte, tendo mais de 100 empregados no total.
Cerca de 60% dessas empresas tem até 49 motoristas em seu quadro de funcionários, mas poderiam ter ainda mais, se não fossem as dificuldades na contratação de pessoal. 77% das empresas têm dificuldades na contratação de profissionais experientes, que tenham treinamento ou capacitação específicos para atuarem no setor de transporte rodoviário de cargas.
Grande parte das empresas também já notam uma elevada carência de motoristas, pois as exigências para os cargos são altas. Além da habilitação, os motoristas precisam de treinamentos e certificados, e também do exame toxicológico, o que tem levado os jovens a buscarem outras profissões.
“Por demandar um esforço adicional de capacitação, presume-se que os jovens busquem outras profissões antes de ter a chance de se estabelecerem como motoristas de caminhão. Assim, as faltas de oportunidade do primeiro emprego e de experiência dos motoristas jovens acabam por induzir um aumento da idade média dos profissionais que atuam na categoria”, destacou a pesquisa.
Entre as vagas abertas, que tem maior dificuldade para obter profissionais, estão a de motoristas, com 65% das vagas nas transportadoras, seguidos pelos mecânicos, com 19,2% e gerentes operacionais, com 15%.
Com essa carência, metade das transportadoras tem vagas abertas para motoristas que tem dificuldade em preencher. Dentre as empresas que têm vagas disponíveis para motoristas de caminhão, 37,2% delas informaram que têm mais de 5 vagas disponíveis.
Grandes empresas são as que tem maior número de vagas abertas, com uma média de 11 vagas por empresa, seguidas pelas médias empresas, que tem cerca de 5 vagas abertas cada uma.
Outro grande problema enfrentado pelas empresas é a rotatividade de funcionários. Quando um funcionário se desliga de uma transportadora, a empresa arca com os custos da sua rescisão e, ainda, da reposição e treinamento do novo contratado. Pode haver, de imediato, a descontinuidade ou mesmo a interrupção dos serviços realizados, dado que a contratação, o treinamento e a adaptação na empresa requerem algum tempo e podem levar à perda de produtividade.
Nesse sentido, cerca de 56% dos motoristas trocam de empresa ou deixam de trabalhar no setor em menos de 5 anos, e apenas 17% trabalham na mesma empresa por até 10 anos.
O que pode estar impactando o setor é o salário. Dados da pesquisa também mostram que a faixa salarial dos motoristas de caminhão que predomina (32,8%) nas empresas entrevistadas situa-se no intervalo de R$ 2.201,00 a R$ 3.300,00. Destaca-se, ainda, que em 43,3% das empresas, os salários pagos aos motoristas situam-se acima dessa faixa, com o limite superior de R$ 7.700,00, enquanto em 15,7% delas situa-se abaixo, com o limite inferior de R$ 1.101,00.
Todos os dados da pesquisa podem ser acessados por meio do link https://cnt.org.br/painel-empresarial. (Blog do Caminhoneiro/Rafael Brusque)