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Fábricas fechadas, lançamentos de novos modelos adiados e vendas despencando. O enorme mercado de automóveis da China foi arruinado pelo mais recente surto de Covid-19 no país, com bloqueios rigorosos em várias cidades atingindo a produção de veículos.
O pior surto de Covid-19 da China em dois anos levou as autoridades a intensificar a política de Covid-zero do país, bloqueando várias grandes cidades e dezenas de milhões de pessoas.
As rígidas medidas de bloqueio em lugares como Xangai e província de Jilin forçaram as montadoras a encerrar a fabricação e arriscar atrasos nas remessas, em um momento em que a demanda global por veículos é forte.
As fábricas da Volkswagen em Xangai e Changchun, capital da província de Jilin, estão fechadas há semanas, informou a empresa na última segunda-feira (11).
“Devido à atual situação do Covid-19, a produção em nossas fábricas em Changchun (desde meados de março) e Anting/Shanghai (desde 1º de abril) está atualmente suspensa”, disse a Volkswagen em resposta por escrito à CNN.
“Isso está causando um atraso na produção.”
A empresa acrescentou que compensará as paradas de produção “se a situação melhorar no futuro próximo”, por meio de turnos extras e outras medidas.
“No momento, estamos avaliando a situação dia a dia”, acrescentou.
A Tesla interrompeu a produção em sua fábrica de Xangai desde que a cidade impôs um bloqueio em 28 de março, e a Toyota também foi forçada a fechar sua fábrica de Changchun, segundo a Reuters.
Nenhuma das empresas respondeu aos pedidos da CNN Business para comentar.
A Nio, fabricante chinesa de veículos elétricos, disse no sábado que suspendeu a produção devido a interrupções relacionadas ao Covid-19.
“Desde março, devido à pandemia, os parceiros fornecedores da empresa em vários lugares, incluindo Jilin, Xangai e Jiangsu, suspenderam a produção um após o outro e ainda não se recuperaram”, afirmou a empresa em comunicado.
“Consequentemente, a Nio interrompeu a produção de carros”, disse, acrescentando que a empresa adiará as entregas de seus veículos elétricos aos usuários.
Não são apenas fabricantes individuais. O salão do automóvel de Pequim, um dos maiores encontros globais do setor, foi adiado até novo aviso devido ao recente aumento nos casos de Covid-19.
O evento estava originalmente programado para ser realizado de 21 a 30 de abril.
“Vamos prestar muita atenção ao desenvolvimento da pandemia”, disse a Secretaria da Auto China em um post em sua conta oficial do WeChat no sábado, acrescentando que anunciará novas datas no devido tempo.
Isso significa que vários lançamentos de carros novos serão adiados. Os fabricantes chineses de veículos elétricos Nio, XPeng e Li Auto disseram anteriormente que apresentariam novos modelos no salão do automóvel de Pequim.
As restrições do Covid-19 também afetaram as vendas de carros do país.
As vendas de automóveis na China caíram 12% em março em relação ao ano anterior, revertendo um aumento de 19% em fevereiro e encerrando dois meses consecutivos de crescimento, mostraram dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis na segunda-feira.
A associação atribuiu o declínio ao recente aumento nos casos de Covid-19.
Os dados de segunda-feira mostraram um ponto positivo, no entanto – a demanda da China por veículos elétricos continua forte.
Cerca de 455.000 veículos de energia nova, incluindo híbridos e EVs puros, foram vendidos em março, um aumento de 122% em relação ao ano passado, de acordo com dados separados da China Passenger Car Association.
As vendas da Tesla na China foram particularmente fortes, ocupando o primeiro lugar entre as marcas puramente elétricas.
A empresa entregou 65.814 veículos fabricados na China em março, sendo a maioria vendida no mercado chinês. Esse número aumentou 85% em relação a um ano atrás.
A BYD, por sua vez, vendeu o maior número de veículos de energia nova na China, entregando 104.878 unidades em março. Entre eles, 53.664 eram modelos puramente elétricos.
A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre seus números de vendas de março. (CNN Brasil Business)