O Estado de S. Paulo
O volume de serviços prestados recuou 0,2% em fevereiro ante janeiro, depois de já ter encolhido 1,8% no mês anterior, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. O resultado decepcionou os analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,3% e 1,8%.
“O cenário de restrições macroeconômicas às famílias e às empresas deve continuar a restringir o volume de serviços, considerando as pressões de custos e de inflação e o aumento dos juros”, avaliaram Thiago Xavier e Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.
Na passagem de janeiro para fevereiro, duas das cinco atividades pesquisadas registraram perdas: informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,9%). Na direção oposta, houve avanço em transportes (2,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e serviços prestados às famílias (0,1%).
A antecipação do 13.º salário para aposentados e pensionistas e a liberação de saque extra de até R$ 1 mil do FGTS devem impulsionar a renda no curto prazo, mas os analistas alertam que, na prática, isso só deve levar a uma antecipação do consumo, sem impacto positivo nos próximos trimestres.
“Podemos ter algum suspiro de crescimento, mas a percepção é de atividade que vai perder força”, disse o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano. (O Estado de S. Paulo/Daniela Amorim e Guilherme Bianchini)