Nissan investe R$ 1,3 bilhão em fábrica de Resende

O Estado de S. Paulo

 

A Nissan vai investir até R$ 1,3 bilhão na fábrica de Resende (RJ) de 2022 a março de 2025. O anúncio foi feito ontem pelo diretor operacional global do grupo, Ashwani Gupta, durante evento do lançamento da nova picape Frontier, na Argentina, onde é produzida.

 

O valor será gasto na produção de um novo veículo, ainda não revelado, e na modernização da fábrica, informa o presidente da Nissan Mercosul e diretor-geral da marca no País, Airton Cousseau. Hoje a planta produz o compacto Kicks.

 

O novo investimento é similar ao anterior, de R$ 1,1 bilhão, aplicado entre março de 2021 e março deste ano. Na época, a companhia decidiu por um programa de curto prazo e disse que continuaria negociando com a matriz aportes para os anos seguintes, que dependeriam da melhoria da competitividade do País.

 

“A matriz confia muito no trabalho feito no Brasil, tanto que enviou seu segundo homem para fazer o anúncio”, diz Cousseau.

 

Segundo turno

 

Na segunda-feira a fábrica de Resende voltou a operar em dois turnos. Para a volta da nova equipe foram contratados, a partir de outubro, 578 funcionários. Com a medida, a empresa vai ampliar a produção do Kicks em 60%, para 400 unidades ao dia. Hoje a montadora emprega 1,95 mil trabalhadores diretos. Somando os terceirizados, 2,5 mil pessoas trabalham no complexo.

 

Ritmo maior Empresa planeja produzir 86 mil automóveis neste ano, quase 80% a mais em relação a 2021.

 

Também será aberto um segundo turno na unidade da Argentina para ampliar a capacidade de produção da Frontier.

 

Além do Kicks e da picape, a Nissan comercializa no Brasil os modelos Versa, importado do México, e o elétrico Leaf, que vem da Inglaterra.

 

A fábrica de Resende produziu 48 mil veículos em 2021 e este ano espera aumentar para 86 mil unidades, se a escassez de semicondutores não atrapalhar muito, informa Cousseau. “Além da falta de semicondutores também faltam navios e contêineres”, afirma o executivo.

 

De acordo com ele, o preço do contêiner subiu de US$ 5 mil em 2021 para US$ 15 mil este ano. “E muitas vezes trazemos peças por avião, que é ainda mais caro, para não parar a produção”. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)