Compass híbrido gasta pouco, mas custa mais do que o Commander

AutoIndústria

 

O Compass é o primeiro modelo da Jeep híbrido no mercado brasileiro. A versão 4xe, baseada no topo de gama “S”, combina um motor elétrico no eixo traseiro com outro 1.3 turbo a gasolina. Plug-in, é importada da Itália e começa a ser vendida a partir desta segunda-feira, 4, por R$ 349.990,0 em todo o País e, devido à diferenciação tributária, por R$ 360.887,00 no Estado de São Paulo,

 

Os valores indicam que o Compass 4xe é ainda uma tímida incursão da marca na oferta de veículos eletrificados no Brasil. A Stellantis promete importar apenas 1 mil unidades da nova versão em 2022 e já antecipou que o próximo modelo híbrido será o também importado Grand Cherokee, modelo ainda mais exclusivo e que chegará nos próximos meses.

 

Por outro lado, a marca descartou, pelo menos por enquanto, o Renegade híbrido, igualmente produzido na planta italiana de Melfi, ao lado do próprio Compass 4xe, e que naturalmente teria um universo de potenciais clientes bem maior no Brasil.

 

Uma comparação com os concorrentes diretos e até modelos da própria marca reforça ainda mais essa percepção de que a Jeep está somente tateando o mercado de híbridos enquanto não tem uma solução tecnológica nacional e que tenha o etanol na composição, como a Stellantis tanto enaltece em seus pronunciamentos.

 

Por exemplo: produzido aqui, o Toyota Corolla Cross, mesmo não sendo plug-in e com tração 4×2, pode ser abastecido também com álcool e tem preços muito mais atraentes, acima de R$ 200 mil. Um Compass S flex custa cerca de R$ 210 mil, enquanto o Commander, o Jeep brasileiro mais sofisticado, custa perto R$ 292 mil, ou seja, R$ 70 mil a menos do que o híbrido.

 

A Jeep, assim, terá que se esforçar bastante para convencer clientes – que, em tese, priorizem economia de combustível e emissões mais baixas – de que a potência combinada de 240 cavalos, aceleração de 0 a 100 km em 6,8 segundos e a tração 4×4 integral justifiquem desembolso tão superior pelo 4xe.

 

E mesmo com relação ao próprio Compass S, que custa a partir de R$ 210 mil e difere do 4xe somente pela eletrificação e por não dispor de câmera 360 graus, sistema de som mais sofisticado e do sistema Alexa de série, novidades para a linha Jeep brasileira apresentadas agora no híbrido.

 

O grande ganho, claro, é no consumo. A marca destaca que, pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o Compass 4xe consome 25,4 km/l no ciclo urbano e de 24,2 mil km/l na rodovia. A autonomia é de 927 quilômetros, quando combinados os motores elétrico e a combustão.

 

A recarga integral da bateria ocorre em menos de duas horas por meio de um wall box – dispositivo oferecido por cerca de R$ 10 mil na rede de 40 concessionárias que inicialmente venderão o híbrido. Por meio de tomada caseira de 110V/220V são necessárias de 4 a 20 horas, de acordo com a tensão.

 

A Jeep ainda estabeleceu convênio com a rede de estacionamento Estapar. Os proprietários do SUV híbrido, que tem garantia de três anos, poderão recarregar gratuitamente em todo o Brasil em vagas específicas, pagando somente o período da permanência.

 

Até 30 de abril, a Jeep oferece condições especiais de financiamento, com taxas de juros reduzidas, por intermédio do Jeep Bank.  Estão disponíveis planos a partir de 30% de entrada e carência de até 180 dias para o pagamento da primeira parcela ou 36 meses com 50% de entrada e 6 pagamentos semestrais, além de recompra garantida.

 

Segundo colocado em vendas entre os SUVs do mercado interno em 2021, o Jeep Compass encerrou o primeiro trimestre na mesma posição, com 14,2 mil licenciamentos. Foi superado pelo Volkswagen T-Cross, que alcanço 15,6 mil unidades. (AutoIndústria/George Guimarães)