Volkswagen aposenta motor 1.6 flex e ajusta carros para o Proconve L7

Jornal do Carro 

 

Com os novos limites de emissões de poluentes do Proconve L7, em vigor desde 1º de janeiro, a Volkswagen encerrou a oferta do motor 1.6 8V flex no Brasil. A marca alemã anunciou mudanças para todos os seus veículos vendidos no País, do popular Gol ao SUV médio Taos. Tal como o Jornal do Carro antecipou em dezembro, a montadora aposenta o motor 1.6 8V da família EA111, que estreou no Brasil em 1998 – ou seja, há largos 24 anos.

 

Assim, a dupla veterana Gol e Voyage passa a ser comercializada somente com o motor 1.0 MPI flex da família EA211, que teve calibrações no sistema de gerenciamento. Lançado há uma década, o propulsor é capaz de gerar 84 cv de potência máxima e torque de 10,4 mkgf. Agora, tanto o hatch quanto o sedã têm apenas câmbio manual de cinco marchas. A Saveiro segue a cartilha e vem com o EA211 em todas as versões.

 

SUVs e demais modelos

 

Para os SUVs, não houve alterações mecânicas, mas todos agora trazem o sistema Start&Stop, que desliga o motor no trânsito para poupar combustível.

 

As atualizações do Nivus, por exemplo, incluem controle de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma de emergência, de fábrica, em todas as versões. O ar-condicionado Climatronic touch, no entanto, só na configuração Highline. No caso do T-Cross (que já tinha Start-Stop em toda a gama) os respectivos itens são de série a partir da versão 200 TSI.

 

Repetindo a estratégia dos SUVs, a linha Polo e Virtus vem com Start-Stop, de série, nas versões Comfortline e Highline. Esta última inclui, também, o ar-condicionado Climatronic touch. Os motores flexíveis 1.0 MPI e 200 TSI 1.0 turbo flex continuam em cena, bem como o 250 TSI 1.4 turbo flex.

 

O motor 250 TSI do Taos passou por novas calibrações no sistema de gerenciamento. O mesmo vale para o V6 3.0 turbodiesel da Amarok e para o 350 TSI 2.0 flex do Jetta GLI.

 

Investimento pesado

 

A Volkswagen investiu aproximadamente R$ 50 milhões na reformulação e novos equipamentos do laboratório de emissões e motores de sua fábrica da Anchieta (ABC paulista). No total, houve necessidade de reduzir as emissões de dez modelos da marca, informa o comunicado da VW.

 

Segundo a montadora, foi necessária redução mínima de 38% para compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio, outros 23% para monóxido de carbono e, por fim, 25% em relação à legislação anterior, PL6.

 

O que ajudou?

 

Para reduzir emissões e diminuir consumo dos veículos da gama, a Volkswagen atualizou softwares de motor, transmissão e ar-condicionado. Além disso, adotou pneus com compostos de baixa resistência ao rolamento e mexeu em componentes como tanque de combustível e catalisador, agora com otimização de metais preciosos. Por fim, a engenharia optou por trabalhar com peças que melhoram a aerodinâmica dos veículos.

 

A Volkswagen já se comprometeu, por meio do programa Way to Zero, a neutralizar, em todo o mundo, as emissões de CO2 de seus veículos até 2050.

 

Elétricos Volkswagen

 

Assim, recentemente houve aplicação de aporte de R$ 7 bilhões na América Latina até 2026. Um dos pilares para essa “limpa” nas emissões, portanto, consiste na instalação do Centro de P&D de Biocombustíveis brasileiro que trabalha no uso do etanol e outros biocombustíveis para motores híbridos utilizados em modelos vendidos em países emergentes. Nesse sentido, além de mergulhar no mercado de elétricos, a Volkswagen, como faz a Toyota, quer motor híbrido flex. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)