AutoIndústria
Duas entidades divulgaram esta semana o balanço do mercado de veículos usados em janeiro, que registrou 842,7 mil transações, com queda de 29,9% sobre dezembro e de 27,3% em relação ao primeiro mês de 2021. No último mês do ano, as vendas chegaram a 1,2 milhão de unidades.
Tanto a Fenabrave, que representa as concessionárias autorizadas, como a Fenauto, federação dos lojistas independentes, reconhece que o momento econômico está afetando as vendas.
“Assim como acontece no mercado de novos, a comercialização de usados foi afetada por fatores como a seletividade e o custo de crédito, e também pela queda no poder de compra da população”, comentou, José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
Ele também lembrou que a escassez de veículos novos afeta o mercado de usados, por reduzir os negócios envolvendo trocas, assim como a disseminação da variante Ômicron, com consequente queda na passagem de lojas, e das fortes chuvas que atingiram diferentes regiões do País em janeiro.
Na avaliação da Fenauto, o aumento dos compromissos com impostos e outras despesas comuns no começo de ano faz oscilar os índices de confiança do consumidor na economia. O presidente da entidade, Enilson Sales, enxerga 2022 como um ano bem desafiador:
“Temos ainda uma certa insegurança sobre como se comportará a crise sanitária da Covid-19, com a possibilidade de novos repiques que podem influenciar o comportamento do consumidor. Além disso, temos preocupações com o aumento da inflação, as oscilações do câmbio e, para concluir, um ano eleitoral, que sempre mexe com o humor da economia. Por isso, continuamos com uma certa cautela otimista para 2022”.
O mercado de usados bateu recorde de vendas em 2021, mas já no segundo semestre começou a haver uma desaceleração, com três meses de retração (setembro a novembro). “As vendas de veículos usados vinham em um ritmo muito forte na primeira metade do ano, e, no segundo, um ajuste no ritmo. Tivemos um aumento de oferta de alguns veículos novos, cujas fábricas conseguiram melhores volumes de produção, e essa acomodação em usados ocorre naturalmente”, avalia Andreta Jr.
No segmento de automóveis e comerciais leves, os modelos com até 3 anos de uso corresponderam a 9,37% do total de transações de janeiro. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)