Produção de ônibus no Brasil tem queda de 7,8% em janeiro

Diário do Transporte

 

A produção de ônibus no Brasil apresentou uma queda de 7,8% em janeiro de 2022. Os números foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na manhã desta segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022.

 

De acordo com a associação, foram produzidas 1.325 unidades no último mês. Por sua vez, em janeiro de 2021, foram 1.437 chassis.

 

Por sua vez, 1.039 ônibus novos foram licenciados em janeiro deste ano, comparados a 1.029 no mesmo mês de 2021. A variação foi de apenas 1% no período.

 

Entretanto, o número é menor do que o desempenho do setor registrado em dezembro de 2021. Na ocasião, foram 1.174 ônibus licenciados. Em entrevista coletiva, o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Rodrigo Bonini, detalhou os resultados.

 

“Quando a gente compara de 2019 para cá, a gente vê essa queda: 1.600 em janeiro de 2019, 1.500 em 2020 e 1.00 em 2021 e 2022”, pontuou.

 

Do total das 1.039 unidades comercializadas em janeiro, segundo Bonini, por volta de 9% representou miniônibus, 19% micro-ônibus, 23% Caminho da Escola, 26% ônibus urbano, 9% de fretamento e 14% de rodoviários.

 

“O volume total de ônibus esperado para esse ano de 2022 é de 17 mil unidades. No ano passado, foram entregues 14 mil unidades, então a gente está falando de um crescimento acima de 20%, que é significativo, mas ainda abaixo do potencial. Em 2019, foram quase 21 mil unidades comercializadas. Em 2020, 13.900 e 2021, 14.100”, detalhou Bonini.

 

O vice-presidente da Anfavea também afirmou que os resultados de janeiro seguem a tendência apresentada ao longo de 2021. No ano passado, miniônibus tiveram 8% de participação, micro-ônibus, 19%; Caminho da Escola, 26%; ônibus urbanos, 27%; fretamento, 8%; e rodoviário, 14%.

 

Exportações

 

Em janeiro, foram exportados 345 ônibus. Comparados às 251 unidades vendidas ao mercado externo em 2021, o aumento foi de 37,5%. Em dezembro, por sua vez, foram 588 unidades exportadas.

 

Ranking de marcas

 

A Mercedes-Benz segue líder de mercado no ranking de marcas divulgado pela Anfavea. O levantamento considera a quantidade de ônibus emplacados no acumulado do ano.

 

Confira o ranking, na íntegra

 

1º) Mercedes-Benz: 435 unidades, alta de 5,1%;

2º) Agrale (inclui os miniônibus da Volare): 280 unidades, alta de 79,5%;

3º) MAN/Volkswagen: 238 unidades, queda de 7,4%;

4º) Volvo:53 unidades, alta de 6%;

5º) Iveco (inclui os miniônibus CityClass): 14 unidades, queda de 90,1%;

6º) Scania: 6 unidades, queda de 25%.

 

Setor automotivo

 

A Anfavea aponta que o primeiro mês do ano trouxe resultados negativos para a indústria automobilística. Diversos fatores contribuíram para os números mais baixos.

 

Segundo a associação, historicamente, o primeiro bimestre tem as piores médias de vendas de veículos no ano, por conta de paradas nas fábricas, feriados, férias escolares e um natural desaquecimento após a alta que geralmente ocorre em dezembro.

 

Entretanto, janeiro de 2022 apresentou dados mais baixos que a média. A produção de 145,4 mil unidades foi 27,4% inferior à de janeiro de 2021. Como no ano passado, o mês foi mais curto na prática, com média de 17 dias úteis, se levadas em conta as férias coletivas prolongadas em boa parte das fábricas.

 

De acordo com a associação, a diferença neste ano foi uma mistura da já conhecida escassez de componentes eletrônicos com os impactos da variante ômicron sobre a força de trabalho.

 

Além disso, as empresas associadas da Anfavea reportaram índices sem precedentes de absenteísmo, por conta de afastamentos de funcionários por covid-19 ou por suspeita da infecção.

 

A vendas internas também sofreram as consequências da falta de oferta e de problemas no varejo. No total, 126,5 mil autoveículos foram emplacados, um recuo de 26,1% sobre janeiro do ano anterior. Outros países afetados pela variante ômicron tiveram quedas parecidas, chegando a 20%.

 

“Uma composição de efeitos resultaram em uma queda um pouco maior do que a esperada”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

 

“Existe um comportamento tradicional no Brasil de que janeiro e fevereiro são os meses mais fracos em emplacamento, devido às férias, começo de ano, carnaval. Esse comportamento se mostra de 2010 a 2019. Em 2020 e 2021, teve o impacto da covid-19”, detalhou.

 

“Para janeiro, já era esperada uma queda, mas nós tivemos alguns aspectos que impactaram ainda mais esse resultado”, afirmou também.

 

Entre os principais fatores estiveram um alto volume de emplacamento em dezembro, o desequilíbrio na cadeia de suprimentos, a transição do sistema de emplacamentos, as chuvas acima da média e a variante ômicron, que afetou fornecedores, fabricantes e o varejo. (Diário do Transporte/Jessica Marques)