Diário da Manhã
Com a estiagem que afeta o Rio Grande do Sul e a região de Passo Fundo, o produtor vem enfrentando uma queda gradativa nos lucros. Cenário que está também atingi o setor de vendas de maquinários agrícolas. De acordo com o gerente comercial da Agrofel New Holland de Passo Fundo, Tiago Cezar Etges, no final de 2021 e início de 2022 houve uma queda de 30% nas vendas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, as vendas chegaram a 50%.
Uma redução que também afeta o setor de máquinas usadas. Segundo o gerente da ADECASE, Ademar Velho, as vendas de maquinários agrícolas usados estão praticamente paradas, sofrendo uma queda de 70% em comparativo a 2020. Para ele, um conjunto de cenários está associado a essa queda.
“É um conjunto de fatores tais como a estiagem, a baixa produção, a alta dos maquinários novos, tendo como consequência o aumento dos valores dos usados e também a alta dos custos de produção, tanto insumos para lavoura e quanto peças de reposição. Tudo influência na falta de matéria prima”, destaca.
Com o dinheiro do agricultor mais apertado, a solução vem sendo a compra de tratores mais antigos com potência maior de motor. Em decorrência disso a busca por colheitadeiras e tratores novos diminuiu. Apesar da venda de implementos agrícolas novos ter caído, Tiago observa que eles seguem sendo mais vantajosos.
“O melhor momento de compra é de produtos novos. O usado teve um aumento de preço significativo chegando a 70% do valor do novo.”, pontua o gerente.
Novas formas de pagamento
Nesse momento crítico que os agricultores da região estão enfrentando, o produtor busca por novas formas de pagamento, como o prazo safra que geralmente se estabelece a data de vencimento em 30 de abril. Além disso, também são alternativas as negociações entre lojas e clientes com prazos maiores e juros menores.
As empresas por sua vez ressaltam sobre a importância de ajudar o cliente nesse momento de estiagem com novas alternativas de pagamento o financiamento, como manter os preços de 2021, descontos maiores com pagamento à vista, prazos de até seis vezes, entre outros.
Tiago e Ademar acreditam que feiras de agronegócio, assim como a Expodireto Cotrijal que acontece no mês de março, são maneiras de retomar as vendas desse setor.
“A feira alavanca os negócios desde do grande ao pequeno expositor e dá oportunidade para o grande e pequeno produtor. Geralmente nessas feiras tem lançamentos, linhas de crédito e aprimoramentos de técnicas, tudo voltado ao mesmo público alvo”, detalha Ademar.
“Acredito que no segundo semestre teremos a preparação da planta de inverno e a programação do 2022/2023, então os produtores vão investir e aproveitar valores diferenciados com o congelamento dos preços”, finaliza Tiago. (Diário da Manhã/Leticia Schneider)