Setor automotivo enfrentou falta de peças e alta do dólar em 2021

Agência Brasil

 

O ano de 2021 com crescimento moderado. Era essa a expectativa do setor automotivo depois do forte impacto do ano anterior, quando as fábricas fecharam como medida sanitária.

 

No fim de janeiro, depois de um século de investimentos no país, a Ford anunciou o desmonte das fábricas em três estados por causa de uma reestruturação global da empresa. Apesar disso, a produção de veículos teve um discreto aumento, de cerca de quatro por cento e com ele, a contratação de mão de obra – mas temporária.

 

Com a chegada das vacinas, seria justo o otimismo e a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – projetou um aumento de 25% na produção de carros em relação a 2020. Mas o setor foi realinhando suas expectativas. A desvalorização do dólar, o aumento no preço do aço e a pressão tributária foram encarecendo o carro.

 

Em São Paulo, o ICMS subiu. E os pátios começam a ter carros incompletos por falta de peças. Os semicondutores, matéria-prima de chips e outras peças eletrônicas essenciais nos automóveis foram parar em computadores, celulares e notebooks, que ganharam mercado com o aumento do home office.

 

A Anfavea estima que cerca de 120 mil veículos deixaram de ser fabricados no Brasil no primeiro semestre por causa da falta desses componentes.

 

Durante o ano, montadoras fecharam fábricas, diminuíram quadro de empregados e deram férias coletivas. No mercado de autopeças, a crise dos semicondutores atingiu também o carro usado. E nas oficinas, os carros que quebravam demoravam para consertar.

 

Os números de 2021 só serão conhecidos em janeiro, mas em sua última carta do ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos já dá o tom: o mês de novembro foi o pior, em 16 anos, para o setor. (Agência Brasil/Raquel Mariano e Renata Batista)