Renovigi, de energia solar, mira Nordeste e carros elétricos

O Estado de S. Paulo

 

Há menos de dez anos, gerar energia no telhado da própria casa era impensável no Brasil. A partir de 2012, alguns pioneiros acreditaram na fonte que agora é candidata a ser a número 1 no fornecimento de energia nos próximos 30 anos. A Renovigi – que quer dizer renovável em esperanto – foi uma das primeiras nesse segmento e hoje vê seu faturamento disparar. A empresa está expandindo suas operações para o Nordeste e também vê potencial de lucrar com a chegada dos carros elétricos.

 

Especializada em montagem de painéis solares em casas, varejo e fazendas, a empresa nasceu em Chapecó (SC) e hoje tem um centro de operação em Louveira (SP). A empresa já abastece o País inteiro com painéis, montados a partir de equipamentos importados da Ásia.

 

Em 2020, o faturamento saltou para R$ 600 milhões e este ano deve atingir R$ 850 milhões. Em 2022, a expectativa é ultrapassar R$ 1 bilhão, diz o presidente da Renovigi, Gustavo Müller Martins. Os números seriam ainda maiores não fosse a falta de equipamentos para importação em alguns momentos da pandemia e a desvalorização do real, disse.

 

A energia solar pela geração distribuída vem dobrando ano a ano no Brasil. De 591 megawatts (MW) em 2018, pulou para 2,1 mil MW em 2019, 4,8 mil MW em 2020 e, até novembro deste ano, somava 8 mil MW. Contando os grandes parques centralizados, o Brasil já possui 12 mil MW instalados, cerca de 2% da matriz elétrica.

 

O crescimento do mercado levou a Renovigi a investir R$ 30 milhões em uma nova montadora próxima ao Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE). O projeto atrasou por causa da pandemia, mas será inaugurado no mês que vem, segundo Martins. “O objetivo é receber o material da Ásia no Porto de Pecém. Vamos montar os kits (de sistemas solares) bem próximo ao porto, para distribuição no Nordeste”.

 

Carros elétricos

 

Outra aposta da empresa é a integração da energia solar com os carros elétricos, que começam a crescer no Brasil. “Como é impossível construir outra Itaipu, a gente aposta que o caminho vai ser pela energia solar, que é energia limpa. Faz todo sentido que o carro seja abastecido com energia elétrica não poluente”, disse.

 

Apresentado em feira do setor neste ano, o equipamento que integra a geração solar distribuída da casa ao carro será lançado em 2022. Batizado de Renocharge e com custo que varia de R$ 8 mil a R$ 20 mil, é um recarregador de baterias de veículos elétricos ou híbridos. Testes feitos pela empresa comprovaram que o equipamento aumenta a autonomia dos carros elétricos com um curto tempo de recarga, dependendo da potência instalada. (O Estado de S. Paulo/Denise Luna)