Vendas de veículos têm queda de 24,5% no pior outubro em cinco anos

O Estado de S. Paulo

 

A crise de abastecimento de insumos segue prejudicando a indústria de veículos, que teve no mês passado o pior outubro em vendas dos últimos cinco anos. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 162,4 mil unidades foram vendidas em outubro, 24,5% a menos do que o volume do mesmo período de 2020, quando o setor se reerguia do choque da pandemia.

 

Na comparação com setembro, as vendas tiveram alta de 4,7%, mas nada que sugira uma clara reação, considerando que o mês anterior a outubro foi, até agora, o pior deste ano.

 

Os números foram obtidos pelo Estadão/Broadcast no mercado e estão sujeitos a leves ajustes em relação aos balanços oficiais a serem divulgados amanhã pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, e na segunda-feira pela Anfavea, associação das montadoras.

 

O volume foi o menor para o mês desde 2016, quando, em meio a uma prolongada recessão doméstica, o setor emplacou menos de 160 mil veículos em outubro.

 

No acumulado do ano, as montadoras entram no último bimestre com uma diferença ainda positiva de 9,5% em relação a 2020. De janeiro a outubro, na soma de todas as categorias, o total vendido foi de 1,74 milhão de unidades. A Anfavea, porém, não descarta a possibilidade de o mercado encerrar o ano levemente em queda, o que pode, de fato, acontecer se as vendas repetirem a média dos últimos dois meses.

 

Ainda que o consumo geralmente se aqueça nos últimos dois meses do ano, a oferta de carros nas concessionárias segue limitada por paradas de produção decorrentes da falta de componentes, especialmente eletrônicos, nas linhas de montagem. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)